Hoje, dois mil milhões de pessoas vivem em stresse hídrico. Daqui a duas décadas e meia, serão cinco mil milhões. E Portugal está no caminho do desastre, com secas cada vez mais frequentes e intensas. Mas ainda há muito que podemos fazer
É fonte de vida, mas também é fonte de morte – estima-se que, anualmente, morra quase um milhão de pessoas (um quarto delas crianças) de doenças provocadas por água de má qualidade. Muita gente trabalha diariamente para que a água potável chegue a todos, remando contra uma corrente cada vez mais forte. Em 2050, devido às alterações climáticas (e ao aumento do consumo, que está a crescer duas vezes mais do que a população), dois terços da Humanidade serão afetados pela falta de água.
Nem precisamos de olhar muito para a frente para descortinar o pesadelo e as ondas de choque: segundo as Nações Unidas, a falta de água poderá obrigar 700 milhões de pessoas a migrar, ao longo desta década. “É um problema que tem estado a aumentar”, diz Catarina de Albuquerque, que lidera a Sanitation and Water for All, iniciativa global que junta governos e organizações da sociedade civil do mundo inteiro. “E são os mais pobres que mais sofrem. Nas capitais dos países em desenvolvimento, a classe média tem água canalizada a preços baixos; quem vive em bairros informais depende de uma rede informal de abastecimento, a preços exorbitantes.” […]