Portugal defende que a resposta à ameaça da escassez de água deve passar pela criação de um plano que promova a disponibilidade de água na União Europeia (UE), nomeadamente pelo uso de tecnologias de gestão que reduzam desperdícios.
A ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes, apresenta, na terça-feira, no Conselho de Ministros da Agricultura da UE, o plano ‘ReWaterUE’, para responder ao problema da seca e escassez de água na UE, segundo um documento a que a Lusa teve acesso.
O ‘ReWaterEU’ deve contribuir para a redução da vulnerabilidade do bloco europeu perante os efeitos das alterações climáticas nos recursos hídricos, garantindo, nomeadamente, acesso a água para abastecimento público em quantidade e qualidade a preços justos, bem como a disponibilidade de água para a agricultura, turismo e usos industriais, e a proteção de diferentes ecossistemas.
No que respeita à gestão dos recursos hídricos, o Governo propõe a aplicação de medidas como a redução das perdas de água nos sistemas de distribuição, a otimização das infraestruturas de armazenamento e transporte, a reutilização da água para fins não potáveis nos setores urbano, turístico industrial e agrícola e ainda o investimento em unidades de dessalinização.
O plano seria financiado com recursos da UE e investimento privado.
Em março, a Comissão Europeia vai lançar uma iniciativa de resiliência no domínio da água, que incluirá uma série de medidas imediatas e lançará um debate público sobre a consecução da resiliência hídrica.
De acordo com o Observatório Europeu da Seca, referido na proposta portuguesa, cerca de 42% da Europa continental está em estado de estado de aviso e cerca de oito por cento em estado de alerta num cenário particularmente preocupante nos Estados-membros do Sul da Europa, afetados por secas graves e prolongadas.