Dez militares da GNR e um elemento da PSP foram hoje detidos numa operação da Polícia Judiciária (PJ) que desmantelou uma organização criminosa de auxílio à imigração ilegal em Portugal, que controlava centenas de trabalhadores.
Em comunicado, a PJ indicou que a operação deu cumprimento a cerca de 50 de mandados de busca e 17 mandados de detenção, em Beja, Portalegre, Figueira da Foz e Porto, estando em investigação crimes de auxílio à imigração ilegal, falsificação, fraude fiscal e branqueamento de capitais.
A operação, através da Unidade Nacional Contra Terrorismo (UNCT), foi desenvolvida no âmbito de inquérito titulado pelo Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP).
Em causa, pode ler-se, está uma organização criminosa que controlava centenas de trabalhadores estrangeiros, a maioria em situação irregular em Portugal.
Fonte policial revelou à agência Lusa que, no total, foram detidas 17 pessoas – as abrangidas pelos mandados de detenção -, ou seja, os 10 militares da GNR, em Beja, um agente da PSP, e seis civis.
“Nem todas as detenções foram na zona de Beja”, acrescentou a mesma fonte, indicando ainda que a maioria dos trabalhadores imigrantes vítimas da rede “é de origem indostânica”.
No comunicado, a Polícia Judiciária explicou que os 10 militares da GNR e o elemento da Polícia de Segurança Pública são “suspeitos de facilitarem a ação do grupo criminoso”.
De acordo com a PJ, “através de empresas de trabalho temporário, criadas para o efeito, [a rede] aproveitava-se da vulnerabilidade dos mesmos, explorando-os, cobrando alojamentos e alimentação e mantendo-os sob coação através de ameaças, havendo mesmo vários episódios de ofensas à integridade física”.
A Judiciária disse ter efetuado, ao longo de vários meses, “inúmeras diligências investigatórias que permitiram obter indícios e elementos incriminatórios, bem como traçar o quadro geral do funcionamento deste grupo violento, de estilo mafioso”.
A mesma fonte policial contactada pela Lusa relatou que “o grupo criminoso, constituído maioritariamente por cidadãos portugueses, explorou os imigrantes, a maioria em situação ilegal em Portugal, e forjou documentos para trabalharem em Portugal”.
“[Além] de lhes facilitarem documentação falsa, maltrataram-nos”, acrescentou, referindo que um dos locais onde a rede atuava era a zona da freguesia da Cabeça Gorda, no concelho de Beja.
No comunicado, a PJ indicou que, nesta operação, contou com a colaboração e suporte da GNR, referindo ainda que os detidos serão presentes ao Ministério Público,
Também contactada pela Lusa, fonte da GNR confirmou a colaboração desta força de segurança com a PJ.
“Colaborámos ao ponto de as detenções dos 10 militares da GNR terem sido efetuadas por nós”, frisou a fonte da Guarda.













































