A exploração abusiva no sector agrícola não se verifica apenas na relação entre o proprietário e o trabalhador, mas também no uso que o proprietário faz do solo.
Estima-se que trabalhem actualmente nas regiões do Algarve e do Alentejo cerca de 30 mil trabalhadores agrícolas imigrantes. Deste valor, sabe-se que 12 mil trabalham em Beja, segundo dados do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras. Na diferença entre os valores oficiais e os estimados, sabe-se, ainda, que muitos deles escapam à realidade burocrática pois correspondem a chegadas ilegais e clandestinas ao país. Estes números revelam a crescente dependência do sector agrícola português na força laboral dos imigrantes. Situação que concorre, aliás, com os restantes países da União Europeia.
Mas o que têm estes trabalhadores agrícolas imigrantes a ver com as alterações climáticas? Bom, para o entender é necessário começar pelas condições laborais que estes trabalhadores do sector agrícola português enfrentam.
Segundo declarações de José Alberto Guerreiro, presidente da Câmara Municipal de Odemira, em Março de 2020, este concelho da costa alentejana alberga cerca de 10 mil trabalhadores agrícolas, muitos
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