Joaquim Ramos Pinto, presidente da Associação Portuguesa de Educação Ambiental, diz que “é preciso desenvolver programas de educação ambiental que façam entender às pessoas que ter calor em períodos anómalos não é bom.”
“Não podemos ter medidas feitas em gabinetes só por especialistas [mesmo que reconhecidos] na matéria. Precisamos de sentir o que a comunidade conhece em cada território. Só assim conseguiremos enfrentar o que estamos a viver”. No Dia Mundial da Conservação da Natureza, em que a seca extrema que afeta o país é a maior preocupação, Joaquim Ramos Pinto, presidente da Associação Portuguesa de Educação Ambiental, considera que um problema estruturante como a seca “nunca se resolverá de um dia para o outro, como normalmente os nossos decisores políticos querem, com respostas muito rápidas. Normalmente têm um período de quatro anos, mas um tempo desses não resolve os problemas estruturantes”.
“É preciso desenvolver programas de educação ambiental que façam entender às pessoas que ter calor em períodos anómalos não é bom. Quando nós temos muito calor em fevereiro ou em março não é bom! Temos que desmistificar isso. Por isso temos que fazer campanhas e programas que ajudem as pessoas a perceber que têm de mudar um conjunto de atitudes para que não tenhamos estes fenómenos extremos”, afirma o presidente da APEA, para quem “isto já não vai lá com campanhas de sensibilização”, mas antes com “marketing agressivo”, como fazem as grandes marcas, sob pena de se repetirem com frequência as temperaturas de 47 graus registadas ainda na semana passada. “Porque muitas vezes o que se faz são campanhas muito pontuais, quando se está a viver o grande problema, e depois durante o ano não acontece nada. E a conservação da natureza, a mudança de atitudes tem de ser […]