A doença, conhecida popularmente por “podridão da castanha” é provocada por um fungo com o nome científico de “Gnomoniopsis castanea” e foi detetada há cerca de dez anos em alguns países da Europa, como Itália e França. Em Portugal atingiu especial evidência em 2019.
“Muito pouco ainda se sabe sobre a biologia do fungo, que provoca a podridão da castanha, bem como as formas de tratamento, mas sabe-se que os prejuízos causados podem chegar aos 80 a 90%”, explica José Gomes Laranjo, docente e investigador da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD).
O investigador esclarece que a” contaminação acontece nas flores, nas folhas e nos ramos dos castanheiros, notando-se um acréscimo desta nos soutos mais infestados pela vespa das “galhas” desta árvore, o Dryocosmus kuriphilus, o que se deve ao facto de as “galhas” provocadas pela vespa funcionarem como depósitos de inoculação do fungo”.
As “galhas” são uma espécie de tumores gerados pelos tecidos da planta como reação à postura de ovos por este inseto nos gomos durante o verão, de onde se formarão larvas na primavera seguinte provocando o aparecimento de tais tumores. E os verões quentes e húmidos parecem favorecer a doença.
Embora ainda não estejam testados produtos químicos para o tratamento, “julga-se que a limpeza dos ouriços, castanhas de refugo e folhagem no outono dos soutos possa limitar os ataques do próximo ano, sabendo-se também que os tratamentos em armazém com ozono têm dado resultados positivos”, adiantou José Gomes Laranjo.
O investigador da UTAD reconhece que há muito trabalho a fazer pela investigação, nomeadamente ao nível do melhoramento das variedades e conhecimento das condições do souto que possam minimizar este problema, bem como a sua limitação ao nível das condições de armazenamento”.