O candidato presidencial Marques Mendes defendeu hoje que um pacto para a floresta só será útil se for feita uma avaliação ao que correu mal este verão e às medidas tomadas após os trágicos incêndios de 2017.
Em declarações aos jornalistas durante uma visita à Feira de São Mateus, em Viseu, Luís Marques Mendes considerou que as medidas anunciadas na quinta-feira após a reunião extraordinária do Conselho de Ministros “são todas positivas e vão todas na direção certa”.
Uma das medidas é um plano de intervenção para as florestas de 2025 a 2050, que, segundo o primeiro-ministro, Luís Montenegro, será alvo de um debate para “consensualizar um verdadeiro pacto para a gestão florestal e a proteção” do território nacional.
“Primeiro é preciso avaliar o que é que correu mal nesta época de fogos. Sem isto, o pacto fica coxo”, avisou Marques Mendes.
Segundo o candidato a Presidente da República, é também necessário fazer outra avaliação, “de que pouco se tem falado, das medidas que foram tomadas depois dos incêndios de 2017”.
“Foram cumpridas ou não foram cumpridas, foram na direção certa ou na direção errada? Estas duas avaliações são indispensáveis para que um pacto para a floresta não seja apenas retórica e tenha conteúdo útil”, sublinhou.
Marques Mendes considerou que, “em matéria dos fogos em Portugal, parece que São Pedro manda mais do que as reformas da floresta”, porque “se o tempo está razoável não há fogos, se o tempo está quente há fogos”.
“Isto significa que não se tem investido a sério, como deve ser, na prevenção. E também significa que as medidas adotadas em 2017 parece que não surtiram efeito. Às tantas está praticamente tudo na mesma na floresta”, afirmou.
O candidato presidencial reiterou que este momento ainda não é de avaliações, mas de apoiar os bombeiros, as populações e os autarcas.
“Mas vai haver um tempo para avaliar”, acrescentou, lembrando que “toda a gente prometeu que ia ser diferente de 2017”, mas, “até hoje, a sensação que existe é de que está tudo na mesma”.
No que respeita à globalidade das medidas anunciadas, disse apenas ter receio da burocracia.
“Espero que o Governo seja muito atento para que a burocracia não emperre estas medidas, para que os apoios às pessoas cheguem rapidamente”, acrescentou.