O presidente da Câmara Municipal de Seia, Luciano Ribeiro, disse hoje esperar que o incêndio que lavra numa zona de difíceis acessos em Loriga, na Serra da Estrela, possa ficar dominado durante a manhã.
Segundo o autarca, o incêndio, que eclodiu no seu concelho pelas 22:05 de segunda-feira, progride “num sítio inacessível, no alto do vale glaciar, por baixo da Torre [da Serra da Estrela”, numa zona escapada, e o seu combate é “essencialmente apeado”.
Luciano Ribeiro lembrou que durante a noite os bombeiros levaram “duas a três horas de caminhada, com material sapador às costas”, para chegarem ao incêndio, situação que o leva a louvar a sua “bravura”.
“Aquilo que me dizem do posto de comando, neste momento [pelas 10:30], é que, durante a noite, com os meios que se foram deslocando de forma apeada e o pessoal que foi helitransportado para as várias zonas do incêndio (…) tem o perímetro já rodeado com material sapador”, adiantou.
Segundo o autarca de Seia, no distrito da Guarda, para a operação ter sucesso, os meios no terreno (bombeiros e sapadores florestais municipais) contam com o apoio dos meios aéreos.
“Aquilo que me dizem é que, neste momento, não podem dar o incêndio como dominado, mas que têm pessoal apeado já em toda a envolvente do incêndio e na frente do incêndio (…) e vão tentar dominá-lo durante a manhã”, disse.
Luciano Ribeiro adiantou que o fogo não coloca em perigo qualquer povoação e tem a particularidade de o seu combate ser “diferente dos outros todos”.
O responsável espera que o fogo seja controlado durante a manhã, antes que as condições meteorológicas mudem, pois se passar a Cumeada poderá atingir uma “zona de pinhal de produção, que é já na outra encosta do vale, mais virada a Alvoco da Serra”.
As chamas atingem uma zona “essencialmente de matos e de pastagens de alta montanha, com a flora e a fauna habitual nestas zonas”.
Questionado pela Lusa sobre a origem do fogo, que foi declarado na segunda-feira, pelas 22:05, o presidente da autarquia de Seia disse que desconhece: “Só sei aquilo que todos sabem. Às dez [horas] da noite, numa zona de acesso apenas pedonal, teve origem o incêndio, e não houve registo de trovoadas”.
De acordo com o ‘site’ da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), às 11:10, o combate às chamas envolvia 191 operacionais, apoiados por 42 veículos e 11 meios aéreos.