Pelo terceiro ano consecutivo a organização ambientalista Quercus acusa o ICNF de não prestar esclarecimentos sobre as causas do fenómeno.
Desde 2021 que, nesta altura do ano, José Janela alerta para o aparecimento de “centenas” de carvalhos-negrais (Quercus pyrenaica) com as folhas secas nos concelhos do Alto Alentejo, Crato, Nisa, e no Parque Natural da Serra de S. Mamede (Castelo de Vide, Marvão e Portalegre).
O quadro descrito pelo dirigente do núcleo da Quercus de Portalegre repete-se desde aquele ano: as árvores apresentam tonalidades amareladas, “nada comuns em pleno Verão e as folhas caem muito antes do tempo, desnudando os ramos”, refere o núcleo de Portalegre da Quercus através de um comunicado.
A organização ambientalista refere ter questionado o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) em Julho de 2021, em Agosto de 2022 e na última semana, numa tentativa de apurar a origem do fenómeno que estava a afectar um número crescente de carvalhos-negrais, mas não obteve qualquer explicação. A Quercus diz que “seria importante que se investigasse se existe alguma praga ou doença” que está a afectar a vitalidade das árvores.
O assunto foi exposto pela Quercus em várias reuniões da Comissão de Co-gestão do Parque Natural da Serra de S. Mamede, mas também não foi obtida qualquer resposta.
Apenas se presume que o problema possa estar associado à seca e ao calor intenso que se faz sentir. A Quercus apela a que se faça uma investigação rigorosa, pois receia que “os ecossistemas do Alto Alentejo possam estar em perigo”.
A serra de S. Mamede representa praticamente o limite sul da distribuição desta espécie em Portugal, constituindo uma “ilha ecológica”, rodeada pela planície […]