O Governo Regional dos Açores vai atribuir um apoio de 500 euros a estágios de fim de curso em investigação agroalimentar, em áreas definidas pelo executivo, anunciou hoje o secretário regional da Agricultura.
“Anualmente, vamos indicar temas e objetivos no âmbito dos nossos agroalimentos e vamos apoiar estágios de fim de curso. Os alunos que entenderem enveredar por esta pesquisa científica, no âmbito daquilo que são os nossos temas, vão ser apoiados nos seus estágios”, adiantou o titular da pasta da Agricultura nos Açores, António Ventura, à margem de uma reunião com investigadores do Centro de Biotecnologia dos Açores, em Angra do Heroísmo.
O governante defendeu que os Açores têm de apostar na investigação científica, para validar a diferenciação dos seus produtos agroalimentares.
“Vamos incentivar a que os nossos agroalimentos passem a ter uma componente científica associada, para que toda a comunidade, desde logo os consumidores, possam perceber que nós temos alimentos de qualidade”, frisou.
O executivo açoriano vai abrir 20 vagas para candidaturas a apoios a estágios de fim de curso, para alunos de Ciências Agrárias da Universidade dos Açores, atribuindo 500 euros por estágio.
A medida vai constar da proposta de Orçamento da Região para 2023, prevendo-se que seja implementada a partir de janeiro.
Para terem acesso a este apoio, os alunos terão de escolher áreas de investigação definidas pelo executivo açoriano, em articulação com os investigadores da Universidade dos Açores.
“Por exemplo, no âmbito da bovinicultura leiteira, se é preciso pesquisar o leite A2, se é preciso pesquisar o CLA [ácido linoleico conjugado] do leite, se é preciso encontrar componentes nutricionais que são importantes para a saúde humana, queremos encontrá-los e dizer que os produtos açorianos têm esses mesmos elementos”, apontou António Ventura.
Outro dos exemplos dados pelo secretário regional da Agricultura é a comprovação dos benefícios da alimentação à base de pastagem na bovinicultura.
“Agora que se está a conseguir recentrar a alimentação animal na região, obviamente interessa que a investigação comprove, de facto, que essa energia que provém da alimentação mais verde, que provém da pastagem, tem benefícios para a saúde humana, tem benefícios para o ambiente e, acima de tudo, tem aqui de facto um suporte sustentável, ou seja, que é viável e durável”, explicou.
Questionado sobre a necessidade de reforçar outros apoios à investigação, o secretário da Agricultura admitiu que este incentivo era “simbólico”, mas defendeu a necessidade de “dar o pontapé de saída”.
“Este será um projeto piloto, depois, como qualquer projeto, vamos analisar os resultados para perceber se são benéficos ou não, para depois podermos fortalecer eventualmente os apoios financeiros ou fortalecer os temas”, apontou.