O financiamento climático dirigido aos sistemas agroalimentares é significativamente baixo e continua a diminuir quando comparado com os fluxos financeiros mundiais deste tipo de financiamento. A conclusão é de um novo relatório da FAO.
Entre 2000 e 2021, o apoio financeiro destinado ao sistema alimentar foi de apenas 183 mil milhões de dólares, com mais de metade do financiamento a surgir após 2016. Apesar disso, em 2021 as contribuições diminuíram para 19 mil milhões de dólares, uma quebra de 12% face a 2020.
A região mais afetada foi a Ásia, com uma queda de 44% quando comparado a 2020. África e Europa obtiveram um crescimento de 4%. Já a América Latina e as Caraíbas viram o financiamento crescer 6%.
Embora tenha existido uma tendência global crescente em termos absolutos desde 2000, duplicando de 9 mil milhões alocados em 2010 para 19 mil milhões em 2021, a taxa de crescimento do financiamento está significativamente aquém da taxa média de crescimento de três a quatro vezes observada no financiamento climático em geral. Por exemplo, o setor dos transportes viu este investimento crescer quase quatro vezes no mesmo período.
A agricultura é um dos setores com maiores necessidades de financiamento da adaptação para a execução dos contributos determinados a nível nacional (ou planos climáticos nacionais), mas o financiamento da adaptação às alterações climáticas também apresenta uma tendência decrescente.
O relatório menciona que, de acordo com uma análise recente da Climate Policy Initiative, apenas 4% do financiamento climático global foi dirigido aos sistemas agroalimentares entre 2019 e 2020. Para transformar os sistemas agroalimentares e alcançar não só a ação climática, mas todos os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), as nações precisariam mobilizar cerca de 680 mil milhões por ano até 2030.
O artigo foi publicado originalmente em Vida Rural.