A Comissão Europeia (CE) rejeitou esta quarta-feira, mais uma vez, intervir nos mercados da carne de porco para resolver a crise que o setor atravessa e argumentou que os principais países produtores, como a Espanha, não solicitaram tais medidas.
O Comissário Europeu da Agricultura, Janusz Wojciechowski, respondeu a uma carta que lhe foi enviada na sexta-feira pelo Presidente da Comissão da Agricultura do Parlamento Europeu, o popular alemão Norbert Lins, bem como a maioria dos grupos políticos nele representados.
No documento, salientaram que as medidas nacionais e as ajudas estatais não são suficientes para fazer face à crise, pelo que instaram a CE a recorrer a atividades promocionais com vista a abrir novos mercados, assim como a intervir no mercado interno da União Europeia.
Em resposta, o Comissário salientou que os principais produtores de suínos, tal como Alemanha, Espanha ou Itália não apoiaram o pedido de intervenção no mercado comunitário.
Neste sentido, Janusz Wojciechowski explicou que, embora 13 países tenham solicitado medidas que combatam as perturbações do mercado, outros sete, “incluindo os principais produtores, como Alemanha, Espanha, Itália, Dinamarca, Países Baixos, Suécia e Finlândia não apoiaram o pedido de medidas de mercado”. “Estes sete Estados-Membros representam quase dois terços da produção suinícola da UE e não solicitaram medidas de mercado. Acho que este é um sinal claro e um sinal que não posso ignorar”, assegurou.
O Comissário destacou ainda os pacotes de ajudas de Estado para o setor anunciados pela França e pela Polónia. “Isto demonstra que a ajuda estatal pode fazer a diferença e que pode ser uma ferramenta eficaz”, afirmou.
Wojciechowski concordou com o Presidente da Comissão da Agricultura e do Desenvolvimento Rural quanto à “elevada concentração da produção de porcos na UE”. “A realidade é que 2% dos produtores suinícolas representam 75% dos porcos”, disse.
O político instou a usar a promoção de produtos agrícolas e pecuários, e comunicou que “em breve” liderará uma delegação a Singapura e ao Vietname com o objetivo de encontrar novos mercados para o setor alimentar europeu.
Fonte: FPAS