Justiça alimentar significa transferir o poder das empresas para as pessoas, para que todos possam ter acesso a alimentos saudáveis, acessíveis e culturalmente adequados, cultivados de forma a proteger os agricultores, os trabalhadores e o planeta. A justiça alimentar reconhece a alimentação como um direito humano, não um privilégio.
Mas, neste momento, o nosso sistema alimentar é fundamentalmente injusto: 80% dos subsídios agrícolas da UE vão para apenas 20% das explorações agrícolas, canalizando milhares de milhões do nosso dinheiro público para os gigantes do agronegócio
Ao longo dos anos, 3% dos proprietários agrícolas passaram a controlar 52 % das terras agrícolas da UE, expulsando os pequenos e médios agricultores. Em apenas 15 anos, a Europa perdeu 5 milhões de explorações agrícolas.
Estes resultados não são acidentais, são as consequências de um sistema concebido para servir o lucro, não as pessoas.
Em Outubro deste ano, levantamos a nossa voz coletiva para devolver o poder ao povo, colocando a justiça alimentar em primeiro plano. A justiça alimentar é fundamental para garantir sistemas alimentares justos, sustentáveis e resilientes.
É nesse contexto que a CNA usou os seus espaços de contacto com a população, nomeadamente a Feira de Colheitas de Vila Verde para consciencializar a população sobre a justiça alimentar e apelar a assinar a petição que junta a ECVC e o movimento Good Food Good Farming e outras organizações e alianças da sociedade civil.
Good Food Good Farming
A Good Food Good Farming faz campanha por uma transição justa nos sistemas alimentares e agrícolas da UE. Unem grupos locais, nacionais e da UE, amplificando vozes para pressionar os decisores políticos e legitimar mudanças nas políticas. Abordando diversas questões, desde a Política Agrícola Comum (PAC) até à regulamentação dos pesticidas, participam ativamente na definição das políticas da UE para a alimentação e a agricultura. A CNA é alia-se a este movimento.
Assine a Petição
A petição apela à UE para que reforme a PAC e crie uma política agrícola que:
- Garanta que os preços pagos aos agricultores cubram os custos de produção, incluindo o pagamento de salários dignos e contribuições para a segurança social, para que possam fazer a transição para práticas mais sustentáveis, como a agricultura biológica, e adaptar-se às crises climáticas e de biodiversidade.
- Redirecione os subsídios para os agricultores que produzem alimentos, cuidando da natureza e respeitando os direitos sociais e laborais, e que mais precisam de apoio — o dinheiro público não pode continuar a encher os bolsos de empresas que estão a prejudicar o planeta e as pessoas.
- Garanta que alimentos saudáveis e sustentáveis sejam acessíveis a todos — permitindo que as pessoas realmente escolham os alimentos que comem e cultivam, sem custos ocultos para a saúde, o bem-estar e o planeta.

O artigo foi publicado originalmente em CNA.














































