A Guerra na Ucrânia será sinónimo de choque para a rede de fornecimento global e para o custo da comida. Por um lado, o custo dos combustíveis sempre a subir e, por outro, o facto de a Rússia e a Ucrânia serem dos maiores produtores mundiais de matérias-primas.
A invasão russa da Ucrânia desencadeou um aumento acentuado do preço do petróleo bruto, que, após o aumento desta segunda-feira, se aproxima do seu máximo histórico, acima dos 146 dólares, atingido no início de julho de 2008.
A Rússia é o segundo maior produtor e exportador mundial de petróleo, atrás da Arábia Saudita.
A região do Mar Negro, conhecida como o “celeiro do mundo”, está no epicentro do conflito entre a Rússia e a Ucrânia, dois países que confrontam com o Mar Negro.
“As coisas transformam-se a cada hora”, alerta o patrão da maior companhia de fertilizantes, presente em mais de 60 países. Svein Tore Holsether, da Yara International, fala à BBC de consequências catastróficas e diz que os preços dos fertilizantes já estavam altos antes da guerra devido aos preços dos combustíveis. Agora, a situação pode vir a ser pior, admite.
“Já estávamos em uma situação difícil antes da guerra e agora é uma interrupção adicional nas cadeias de fornecimentos e estamos a chegar perto da parte mais importante desta temporada para o hemisfério norte, onde muito fertilizante precisa mover-se. E isso provavelmente será impactado”.
A Rússia e a Ucrânia são uns dos maiores produtores na agricultura e comida a nível global. Os ucranianos têm negligenciado as produções, confrontados com o ataque militar russo. A Rússia produz ainda enormes quantidades de potássio e fosfato, ingredientes necessários aos fertilizantes.
“Metade da população mundial obtém alimentos como resultado de fertilizantes e, se isso for removido do campo para algumas culturas, [o rendimento] cairá em 50 por cento”, disse Holsether.
“Para mim, não é se estamos entrando em uma crise global de alimentos – é quão grande será a crise”.
A empresa, sediada […]