A Zero considera que, da 15.ª Conferência das Partes da Convenção das Nações Unidas para a Diversidade Biológica (COP15) – que arranca na quarta-feira em Montreal, no Canadá – poderá sair um acordo como o de Paris ou um desastre diplomático. A associação ambientalista defende uma visão estratégica que salve o planeta.
O Quadro Global para a Biodiversidade pós-2020 que sairá da COP15 “poderá ser um Acordo de Paris da biodiversidade ou terminar num desastre diplomático como o do clima de 2009, em Copenhaga”, defendeu, esta segunda-feira, Francisco Ferreira, presidente da Zero, num encontro com jornalistas, referindo-se ao Acordo de Copenhaga desenvolvido na 15.ª Cimeira do Clima das Nações Unidas e que não chegou a ser assinado por todos países. “Com apenas 14 dias de negociação restantes e centenas de desacordos entre as partes, muitos deles profundos, teme-se um desastre diplomático”, advertiu a associação.
Da COP15 para a Biodiversidade com vista à conservação, proteção, restauração e gestão sustentável da biodiversidade e dos ecossistemas para a próxima década, os ambientalistas esperam um acordo global para garantir a biodiversidade, à semelhança daquele que foi conseguido em 2015, para a luta contra as alterações climáticas. O documento em cima da mesa propõe quatro metas a serem alcançadas até 2050 e 21 metas de ação urgente já para 2030, numa atualização do Plano Estratégico para a Biodiversidade 2011-2020.
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A primeira parte da conferência das Nações Unidas – inicialmente prevista para o final de 2020 – foi adiada quatro vezes devido à pandemia da covid-19. Acabou por decorrer de forma virtual, de 11 a 15 de outubro de 2021, mas deveria ter sido acolhida pela cidade chinesa de Kunming. Os trabalhos que juntam agora quase 200 países continuam, entre 7 a 19 de dezembro, em Montreal, no Canadá. Em cima da mesa estão temas sobre os quais não se chegou a um consenso, como o financiamento da conservação da natureza nos países em desenvolvimento.
“Esta segunda parte da COP15, agora em dezembro, tem logo à partida um protagonismo menor dado pela China, dado que não contará com a presença do presidente Xi [Jinping] e terá uma difícil co-presidência conjunta da China e […]