“Côa Mais Selvagem” estreou em Lisboa com casa cheia e muitos aplausos
Este fim-de-semana ficou marcado pela estreia do documentário de natureza “Côa Mais Selvagem”, em dose dupla, no Pavilhão do Conhecimento, em Lisboa. Um filme que dá a conhecer o património natural do Grande Vale do Côa, os esforços de rewilding da Rewilding Portugal no terreno e o despertar selvagem desta paisagem nos últimos anos, da autoria de João Cosme e com narração de Ana Varela.
O lado mais selvagem de Portugal
O lado mais selvagem de Portugal chegou a Lisboa e por lá ficou entre sexta-feira e sábado. O Grande Vale do Côa e os esforços de rewilding levados a cabo pela Rewilding Portugal nesta paisagem estiveram em destaque com a estreia do documentário de natureza “Côa Mais Selvagem”, que dá exatamente a conhecer esse lado mais selvagem de Portugal que é esta região do Grande Vale do Côa e o que está a ser feito para o restaurar e potenciar, num filme de 55 minutos que acompanha a viagem do rio Côa na sua totalidade, dando a conhecer espécies, comportamentos, coexistência, funcionalidade e empreendedores que apoiam e alavancam este projeto.
Um grande corredor de vida selvagem que está a ganhar nova vida nos últimos cinco anos e projetando-se já para o futuro.
Um filme de 55 minutos realizado por João Cosme, especialista neste segmento, com produção da Rewilding Portugal, com Fernando Teixeira como diretor de produção e narrado pela atriz de reconhecimento nacional Ana Varela, clara apoiante a esta iniciativa desde a primeira hora e já com várias colaborações a assinalar com a Rewilding Portugal no passado.
Casa cheia e esperança renovada
A ante-estreia teve lugar na sexta-feira à noite, no Pavilhão do Conhecimento, em Lisboa, e a adesão não podia ter sido mais positiva. As vagas esgotaram no próprio dia em que o evento foi aberto a inscrições, com mais de 200 pessoas presentes para assistir ao grande momento, vindas de todos os setores da sociedade, desde entidades políticas a outras organizações ambientais (públicas e privadas), outras entidades parceiras, e também muitos apoiantes individuais deste movimento de rewilding e ligados à área da conservação da natureza, e ainda pessoas ligadas ao território, muitas nascidas ou com ligações sentimentais ao mesmo, que atualmente vivem em Lisboa e quiseram manter esse vínculo ao património que deixam nas suas origens. Para muitos foi a oportunidade de terem pela primeira vez um contacto mais direto com a Rewilding Portugal e com o seu trabalho, que já acompanhavam desde o seu arranque.
O evento começou com uma extensa degustação de produtos locais da região do Grande Vale do Côa, produzidos por membros da Rede Côa Selvagem, projeto de desenvolvimento económico baseado na natureza gerido pela Rewilding Portugal na região e agora com marca própria, em que todos tiveram a oportunidade de conhecer melhor o trabalho destes pequenos produtores locais que estão a apoiar uma coexistência positiva com a vida selvagem e a potenciar o turismo baseado na natureza no território em que a Rewilding Portugal atua e em sintonia com os seus valores e medidas implementadas.
O filme foi depois transmitido com a sala completamente lotada, tanto de público nacional vindo de todos os cantos do país, como também internacional que veio de propósito para assistir a este momento. O feedback foi extremamente positivo, com uma salva de aplausos sentida e demorada assim que as luzes se ligaram novamente, que se extenderam depois com a homenagem que a Rewilding Portugal fez a João Cosme e Ana Varela, chamando-os ao palco para os premiar com o cartaz oficial deste evento tão especial para o percurso de ambos.
No final houve ainda lugar a uma mesa-redonda com o tema “A evolução do rewilding em Portugal nos últimos 5 anos e para o futuro”, onde Pedro Prata (diretor executivo da Rewilding Portugal), João Cosme (realizador de natureza), João Soutinho (presidente e co-fundador da Verde) e Pedro Rocha (administrador da Herdade da Contenda) discutiram o que já foi feito por este movimento, o que se segue para o futuro, como se podem alargar parcerias e sinergias entre entidades para o potenciar e em que medida Portugal pode liderar esta estratégia de renaturalização, com moderação de Ana Noronha, membro da direção do Centro Ciência Viva.
O evento, tanto a transmisssão do filme como a mesa-redonda posterior, teve tradução em inglês em simultâneo para o público internacional e ainda transmissão online para que todos pudessem ver a estreia do filme em direto ao mesmo tempo. Foram mais de mil as pessoas que em simultâneo se juntaram de forma digital para assistir também à estreia deste “Côa Mais Selvagem”.
Com a sala cheia neste evento, a organização decidiu abrir uma data extra no dia seguinte, sábado dia 23 de novembro, que voltou a encher e a ser um sucesso. 180 pessoas estiveram presentes nesse segundo dia para assistir ao documentário e os aplausos e o sentimento de pertença e de apoio foram novamente a tónica perfeita para mais uma sessão aberta deste filme. Ambos os eventos estiveram integrados na Semana da Ciência e Tecnologia da Agência Ciência Viva.
O que se segue para este “Côa Mais Selvagem”
Este fim-de-semana representou por todos estes motivos um enorme sucesso de envolvimento em torno do rewilding em Portugal. Um documentário que prima pela qualidade e pela narrativa e que serve como a ideal ferramenta de comunicação para disseminar o rewilding, os seus benefícios e impactos atuais e futuros junto do público nacional e internacional e que nestes eventos de estreia conseguiu envolver mais de 1.500 pessoas entre público de forma presencial e também digital, reforçando este compromisso comum por um Portugal mais selvagem, comungado pelas comunidades locais dos territórios de atuação, mas também pelo público presente que reside nas grandes metrópoles portuguesas, mas que pretende também contribuir para a renaturalização do território português e apoiar este movimento de forma mais próxima e atenta.
Este documentário seguirá agora um percurso itinerante pelo território português e internacional. No próximo ano, em 2025, serão várias as sessões que o vão transmitir tanto em Portugal como fora, com mais de dez sessões previstas ainda com locais e datas a anunciar em breve. Não estará disponível digitalmente, mas estas sessões serão alargadas e espalhadas por todo o território nacional para possibilitar que chegue ao maior número de espectadores interessados possível.
Além disso, o filme estará também a concurso em diversos festivais de cinema de natureza a nível internacional o que possibilitará a sua disseminação e internacionalização ao longo do próximo ano.
Os melhores momentos da mesa-redonda serão ainda divulgados em vídeo nas redes sociais da Rewilding Portugal nas próximas semanas.
Fonte: Rewilding Portugal