Findos os prazos de candidatura à medida de apoio à entrega de uva para destilação na Região Demarcada do Douro (RDD), foram apenas aprovadas candidaturas no valor de 3,6 milhões de euros, apenas 24% do total dos 15 milhões disponibilizados pelo Governo.
Para tal contribuíram por certo as quebras de produção verificadas na RDD, que se situam na ordem dos 40% a 60%, dependendo da zona, mas também a implementação tardia desta medida, já com a vindima em andamento, os prazos curtos para candidaturas e obstáculos burocráticos, como o acordo da entidade destiladora, nem sempre fáceis de ultrapassar.
Mesmo com os viticultores a conseguirem entregar as suas uvas para transformação, a verdade é que o apuramento dos preços praticados está longe de ser possível, porque persiste a prática inaceitável de se receberem uvas sem que estas tenham um preço definido.
E também é verdade que persistem as dificuldades com a capacidade de armazenamento na região.
Neste cenário, a CNA reclama que, uma vez tendo o Governo verba disponível para aplicar na região, mais se impõe a urgência da aquisição das 15 mil pipas que permitirão valorizar os stocks de vinho propriedade do Estado, libertar capacidade de armazenamento, e canalizar essa verba para a RDD, amortecendo o impacto da diminuição do quantitativo do benefício.
Os viticultores durienses continuam sem saber quando, como e com que orçamento irão ser implementadas as medidas do Plano do Governo para a RDD, que se tem limitado a ser anunciado e reanunciado. A CNA espera que o Orçamento do Estado dê respostas cabais a estas interrogações
mas, do que é dado a conhecer na proposta apresentada pelo Governo, não é possível apurar as verbas para a sua implementação.
A CNA, a AVADOURIENSE e os viticultores continuam a reclamar as medidas estruturantes e urgentes para a região: a proibição da compra das uvas abaixo dos custos de produção; a utilização prioritária da aguardente regional na produção de vinho do Porto; reforço dos poderes da Casa do Douro.
Fonte: CNA