A Câmara de Gondomar eliminou entre setembro de 2023 e fevereiro deste ano 137,5 toneladas de espécies exóticas invasoras lenhosas no seu território no Parque das Serras Porto, refere o relatório a que a Lusa teve hoje acesso.
Denominado “Prevenção e controlo de espécies exóticas invasoras lenhosas no Parque das Serras Porto – território Gondomar”, o projeto abrangeu 50 hectares entre o Alto da Peneca (Serra Castiçal) e o Sanatório de Montalto, área territorial da União de freguesias de Fânzeres e São Pedro da Cova, descreve a autarquia.
A área em questão, segundo o relatório, estava identificada com “prioridade de intervenção muito elevada para a prevenção e controlo de espécies exóticas invasoras lenhosas, nomeadamente, mimosa (‘Acacia dealbata’), austrália (‘Acacia melanoxylon’) e principalmente háquea-picante (‘Hakea decurrens’ subsp. ‘physocarpa’) e/ou da regeneração natural de espécies do género ‘Eucalyptus’ spp.”.
Na serra do Castiçal, na envolvente do alto da Peneca, estava presente principalmente a háquea-picante, que pode ser encontrada um pouco por toda a área, formando grandes manchas surpreendentemente densas, enquanto na envolvente do Sanatório de Montalto existiu o mesmo problema com a háquea-picante, mas contando também uma presença considerável de austrália, de mimosa e de acácia-negra, prossegue a descrição.
Estas manchas extensas e densas, impedem o desenvolvimento da flora e da fauna nativa, diminuem a quantidade de água disponível e aumentam significativamente o risco de incêndio, assinala o relatório.
Quanto à metodologia seguida, a autarquia elencou as intervenções de silvicultura preventiva e de gestão de espécies exóticas invasoras lenhosas, nomeadamente corte e aplicação de tratamento químico (no caso da espécie ‘Acacia’ spp.), remoção de biomassa para valorização, ações de fogo controlado Associação Florestal Grande Porto e equipa de sapadores florestais e a plantação de espécies nativas, com o apoio da bolsa de voluntariado do projeto Futuro – 100 mil árvores na Área Metropolitana do Porto.
“Considera-se que os objetivos preconizados foram atingidos, atendendo a que estas parcelas constituem um mosaico de descontinuidade, com benefícios relevantes para a minimização do risco de incêndio rural e com proveito na conservação dos habitats”, lê-se ainda no relatório.
A autarquia do distrito do Porto informa ainda que o custo total do projeto ascendeu os 45 mil euros e que teve um apoio de 50 mil euros do Fundo Ambiental.