Cultivando com luzes LED cor-de-rosa, a Sterling Suffolk começa a colher tomates num prédio que fica no sudeste da Inglaterra. As colheitas vão concorrer com as importações que compõem a maior parte do que os britânicos compram e chegam num momento em que persistem os receios de que um Brexit sem acordo possa levar a tarifas ou obstáculos nos portos, o que prejudicaria a entrada de suprimentos no país.
“Para nós, o Brexit é um sonho”, disse David Scrivens, diretor da Sterling Suffolk, que trabalha no projeto há seis anos e começou a construção em abril. “Como estamos a concorrer contra tomates importados, isso só torna a nossa colheita mais valiosa.”
Estufa de ponta
Os tomates na instalação perto de Ipswich são cultivados numa fibra extraída de cocos, e não no solo, o que ajuda o ar e a água a chegar às raízes e é mais ecológico do que a lã mineral. Para acelerar a fotossíntese, bombeia-se dióxido de carbono para dentro do prédio e as luzes acendem-se à noite, com um tom rosado que consome menos energia.
Há também um sistema especial de ventilação para controlar as temperaturas no inverno e no verão, e caixas de abelhas são mantidas no interior para ajudar a polinizar as plantas que quase tocam o telhado. A empresa não é a primeira no Reino Unido a usar luzes, carbono e ventilação para estimular as plantações, mas a combinação de todos estes elementos é rara.
Oferta de tomate
A Sterling Suffolk espera chegar a produzir uma carga de caminhão por dia até ao terceiro trimestre, com um pico de produção diária de 11 toneladas, e prepara-se para começar a vender para supermercados. Os agricultores do Reino Unido não produzem mais do que metade dos tomates vendidos no país no verão e apenas um quinto durante todo o ano, de acordo com a Associação Britânica de Produtores de Tomate.
(Texto original: High-Tech Glasshouse Is Growing U.K. Tomatoes in Time for Brexit)