A Assembleia Municipal de Vila Velha de Ródão manifestou apreensão com a proliferação de culturas agrícolas intensivas no concelho e com o impacto negativo destas para a saúde humana e a nível ambiental, social e económico.
Numa nota de imprensa enviada à agência Lusa, o município de Vila Velha de Ródão, no distrito de Castelo Branco, explicou que a decisão foi tomada em conjunto, pelos eleitos das duas forças políticas aí representadas, o Partido Socialista e a Coligação Novo Rumo, “tendo dado conhecimento desta situação à tutela, nomeadamente, à Direção Regional de Agricultura e Pescas do Centro”.
Segundo os representantes destas duas forças políticas, estes projetos agrícolas contrariam o Plano Intermunicipal de Adaptação às Alterações Climáticas da Beira Baixa (PIAAC-BB) e as medidas definidas no documento “Caracterização dos riscos de desertificação e erosão dos solos no concelho de Vila Velha de Ródão”, que identificam as práticas agrícolas sustentáveis, como uma prioridade na adaptação às alterações climáticas.
No documento enviado à tutela, os membros da Assembleia Municipal de Vila Velha de Ródão alertaram ainda para a aplicação excessiva de produtos fitofarmacêuticos, pesticidas e fertilizantes químicos de síntese que se verifica muitas vezes nestas culturas e “para o risco que representam para a manutenção do modo de produção biológica nas proximidades e para a necessidade de proteção das pessoas, animais e culturas”.
“Somos um concelho que pugna pela promoção de uma agricultura moderna, competitiva e orientada para os mercados, que contribua para o crescimento económico, o emprego, capaz de assegurar uma alimentação segura e saudável, com uma utilização sustentável dos recursos naturais que responda aos efeitos das alterações climáticas e que contribua para a coesão social e territorial”, sustentaram.
Defenderam ainda que a gestão dos recursos naturais a nível local “deve ser feita de forma inteligente, integrada e com uma mudança de comportamentos que potenciem a adaptação às alterações climáticas e a transição para uma economia circular no concelho”.