Criminosos estão a atacar propriedades com produção de alfarrobas, abacates e citrinos.
Mais de uma tonelada de abacates furtados em fevereiro, sete toneladas de laranjas levadas de, pelo menos, duas produções agrícolas desde março e mais de 500 quilos de alfarrobas intercetados na semana passada, pela GNR, quando os ladrões estavam a preparar-se para fugir do terreno que tinham invadido. Estes são alguns dos números conhecidos relativos a furtos em terrenos agrícolas, que se têm intensificado desde o início do ano devido à crescente cotação de mercado dos frutos.
“A alfarroba, por exemplo, está a vender-se entre os 10 e 12 euros por arroba [14 quilos], enquanto que noutros anos o valor situa-se entre os 8 ou 9 euros. Com este aumento torna-se um produto mais apetecido pelos criminosos”, afirmou ao CM Pedro Valadas Monteiro, da Direção Regional de Agricultura e Pescas do Algarve.
Para além do preço, o facto de parte destas produções serem em terrenos pequenos, isolados e com proprietários idosos, leva a que haja uma vulnerabilidade que depois facilita os furtos.
Para fazer frente à onda de furtos de citrinos, abacates e alfarrobas está em curso um plano de ação que este ano também inclui elementos da Autoridade Tributária e Aduaneira. “Serve também para fiscalizar mais as vendas na berma da EN125, para saber de onde vêm os frutos. Este combate é mais eficaz se atacarmos quem recebe a mercadoria”, refere Pedro Valadas Monteiro, que garante que a GNR está a reforçar o patrulhamento na zonas agrícolas.
O artigo foi publicado originalmente em Correio da Manhã.