A Precipitação dos últimos dias disfarça bem a falta de água sentida durante a primeira metade do ano e que desencorajou os agricultores de apostar em diversas atividades, com a consequente redução da área de algumas culturas estratégicas para o país.
Tendo em conta que a produção e aprovisionamento da semente são feitos com dois anos de antecedência, este facto poderá causar um excesso de stocks a nível das empresas de sementes, difícil de controlar caso a situação não se reverta já na próxima campanha. Também ao nível do tratamento de sementes, este ano o Setor sofreu com a proibição de substâncias ativas habitualmente utilizadas e que ajudavam a evitar muitos dos problemas sentidos no campo, o que veio a dificultar a vida aos agricultores, que ficam agora sem ferramentas de prevenção.
Coincidentemente estamos em vésperas da entrada em vigor do Regulamento (UE) 2016/2031, relativo a medidas de proteção contra pragas e doenças e da abertura do ano Internacional da Fitossanidade, declarado pela FAO (ONU). É paradoxal que as autoridades Europeias manifestem uma legítima preocupação com questões relacionadas com a Fitossanidade e seus impactos na produção de alimentos, e que simultaneamente se assista a uma constante proibição de substâncias desenvolvidas para este efeito, com provas dadas no mercado do ponto de vista da eficácia e da segurança para o ambiente, para o utilizador e para o consumidor.
A nível nacional, congratulamo-nos com o facto de as embalagens de sementes terem sido despenalizadas de uma classificação de resíduos perigosos, de acordo com o que já estava implementado no restante espaço europeu.
Joana Lopes Aleixo Secretária-geral da ANSEME- Associação Nacional dos Produtores e Comerciantes de Sementes.
Para ler na íntegra na Revista Voz do Campo, edição n.º 232 (dezembro 2019).