Tolerância dos peixes às temperaturas mais elevadas da água pode estar a ser atingida, colocando em causa a sua produção, apontam investigadores.
O impacto das alterações climáticas já se está a sentir na aquacultura e pode vir a “alterar profundamente” a produção e o bem-estar de robalos e douradas produzidos em tanques ou jaulas flutuantes em Portugal e Espanha, apontam investigadores de Portugal e Escócia.
A mais recente publicação da série “Doenças de peixes cultivados em jaulas” debruçou-se pela primeira vez sobre a problemática das alterações climáticas. João Saraiva, um dos autores do capítulo ‘Bem-estar dos peixes cultivados em jaulas no contexto das alterações climáticas’ afirma que “já não se consegue fugir” a este tema e destaca a “enorme” importância da sua inclusão naquela que é uma “pedra basilar” no conhecimento do cultivo de peixes no mar aberto.
“O bem-estar animal é um tópico inescapável tanto por razões éticas, como políticas ou consciencialização pública, mas também porque cada vez mais se sabe que a qualidade do que comemos está diretamente relacionada com a forma como os animais vivem e como são abatidos”, defende o líder do grupo de investigação em etologia e bem-estar animal do CCMAR (Centro de Ciências do Mar) na Universidade do Algarve.
Segundo o biólogo, a indústria começa a prestar atenção a esta questão, havendo já “muita evidência” de que, se estiverem bem, os peixes são “mais resistentes às doenças, conseguindo lidar melhor com os desafios que a aquacultura lhes coloca, como a densidade e quantidade de […]