Inquérito revela que 1 em cada 2 agricultores europeus inquiridos esteve envolvido em protestos;
55% dos agricultores estão prontos para protestar novamente em 2025;
51% mostram-se pessimistas em relação ao futuro das suas explorações agrícolas;
1 em cada 5 agricultores planeia deixar a atividade agrícola nos próximos 5 anos;
Novo inquérito realizado pela CropLife Europe, em parceria com a IPSOS, em nove Estados Membros da União Europeia revela que, mesmo após protestos massivos realizados na Europa entre 2023 e 2024, 91% dos agricultores europeus continuam a sentir-se desamparados pelas instituições políticas.
Agricultores exigem regras mais simples, maior apoio e um amplo acesso a novas tecnologias que lhes permitam praticar uma agricultura cada vez mais sustentável e competitiva.
O inquérito mostra que mesmo depois de 1 em cada 2 profissionais ter feito parte de diferentes protestos realizados entre 2023 e 2024, 91% continuam insatisfeitos com as respostas europeia e nacional. Apesar da forte aproximação da opinião pública aquelas que são as suas principais preocupações na produção de alimentos, a maioria dos agricultores relata a ausência de mudanças concretas no acesso a apoios e ferramentas que garantem o suporte necessário ao seu trabalho e rendimentos. Entre as principais conclusões e preocupações, destacam-se:
PRESSÃO FINANCEIRA
69% dos agricultores afirma que os rendimentos que obtém no decorrer da atividade são insuficientes para manter os seus negócios. Com o aumento dos custos de produção e o reduzido preço de venda, a pressão aumenta e são necessárias medidas;
EXCESSO DE CARGA ADMINISTRATIVA
A prioridade número 1 para os agricultores em toda a europa é reduzir a sobrecarga administrativa – reduzir a burocracia e simplificar os processos, libertaria tempo e recursos valiosos para a sua principal atividade – produzir alimentos;
ACESSO À INOVAÇÃO
O acesso limitado a biopesticidas, biotecnologia e ferramentas de agricultura de precisão continua a travar o progresso. Para os agricultores, é urgente expandir o acesso às mais avançadas ferramentas, como via crucial para incrementar a produtividade e a sustentabilidade em cada exploração agrícola.
PESSIMISMO FACE AO FUTURO
Mais de metade dos agricultores estão manifestamente preocupados com as perspetivas de longo prazo para a agricultura. É necessário assegurar uma distribuição de lucros mais justa ao longo da cadeia de valor agrícola, para garantir que os agricultores sejam devidamente remunerados;
INTENÇÕES DE ABANDONO DA ATIVIDADE
Naturalmente, como consequência das necessidades acima referidas pela grande maioria dos profissionais, 1 em cada 5 agricultores afirma que planeia deixar de exercer atividade agrícola nos próximos 5 anos; sendo que 5% afirma que pretende fazê-lo já entre 2025 e 2026. Um sinal de alerta claro: é preciso tornar a agricultura mais viável e atrativa para as gerações futuras.
Em comentário aos resultados do inquérito, Olivier de Matos, Diretor-Geral da CropLife Europe, refere que «os agricultores expressaram as suas preocupações. Agora é tempo de agir em conjunto», avançando que «ao colmatar as lacunas tecnológicas e garantir uma remuneração justa, a UE pode capacitar os agricultores e ajudá-los a construir um futuro agrícola sustentável, competitivo e resiliente em todos os países».
Os resultados sublinham a necessidade urgente de a União Europeia agir em relação às principais exigências dos agricultores: reduzir a burocracia, garantir uma concorrência justa e margens de mercado equilibradas, ao mesmo tempo que proporciona acesso às ferramentas e tecnologias de que a agricultura moderna necessita.
O INQUÉRITO COMPLETO PODE SER CONHECIDO: AQUI
O inquérito da IPSOS entrevistou cerca de 2.000 agricultores em França, Alemanha, Espanha, Itália, Polónia, Roménia, Irlanda, Bélgica e Países Baixos entre março e abril de 2025.
Fonte: Croplife Portugal