A reforma em curso da propriedade rústica deve ter como objectivo dar dimensão adequada às explorações agrícolas e não criar “quintas fotovoltaicas”, sempre apetecíveis para o capital que Portugal não tem para investir.
Os portugueses são dados a um certo mimetismo comportamental que nem sempre revela o melhor de si.
No tempo em que o comércio tradicional, o de porta aberta para a rua, ainda dominava, era frequente que quando alguma actividade económica se iniciava, e se desse sinais de sucesso, rapidamente outros estabelecimentos concorrentes, do mesmo ramo, abririam portas nas redondezas.
Há que dizer que não é um comportamento muito abonatório, ainda que só surpreenda quem conheça mal as fraquezas da natureza humana.
Modernamente, fazendo apelo a outros recursos, e, certamente, com outras motivações, os portugueses, ou os que operam em Portugal, vão descobrindo outras actividades económicas, ainda que sem perder o mimetismo de outros tempos. Refiro-me à instalação de painéis solares para produção de energia, os painéis fotovoltaicos.
Não deixa de ser curioso que um país que tem cerca de 30% do seu território inculto, ou coberto de matos, que não consegue identificar os proprietários de mais de 30% dos seus prédios rústicos, que, admite-se, “possa ter 60% dos prédios rústicos inscritos em nome de pessoas falecidas”, que este país consiga sempre identificar propriedades de grande dimensão e com dono conhecido, desde que a finalidade seja a instalação de painéis solares.
Este é o mesmo país […]