Numa quinta em Braga estão guardadas as sementes de quase tudo o que se planta e plantou em Portugal. O Banco Português de Germoplasma Vegetal (BPGV), mais conhecido por Banco das Sementes, liderado por Ana Maria Barata, é o guardião das culturas do passado, do presente e do futuro
Na Síria, havia um centro onde se estudavam sementes resistentes à seca. Com o conflito, os investigadores envolvidos tiveram de abandonar o projeto, mas conseguiram enviar o material para o Banco Mundial de Sementes na Noruega, que o guardou e multiplicou. Neste momento, o estudo prossegue em Marrocos e na Líbia.
As guerras e catástrofes nos vários pontos do planeta podem ser fatais para as culturas se não houver o cuidado de conservar a sua origem, isto é, as sementes. Ana Maria Barata, responsável pelo Banco Português de Germoplasma Vegetal (BPGV), ou Banco de Sementes, como é conhecido, diz que as perdas são reais, pelo que é necessário continuar a haver multiplicação para se poder plantar novamente.
Se existir material original dos locais, tanto melhor, “daí o esforço da conservação que tem sempre como base a segurança, atual ou futura”, sustenta. São várias as razões para se deixar de plantar, por exemplo, um determinado tipo de trigo. Ana Maria Barata recorda que se não se tivesse guardado o trigo barbela ou espelta, não havia quem conseguisse plantar outra vez. “Se não fossem os bancos espalhados pelo mundo, muitas espécies já se tiram perdido.”