A gestão integrada da água a nível nacional é hoje um dos maiores desafios que se colocam à engenharia portuguesa, devendo ser uma prioridade na utilização dos Fundos Europeus visando a resiliência e a coesão do nosso território.
Portugal tem que saber definir estratégias nacionais para assegurar o seu progresso económico e social. São essas opções estratégicas que otimizam a utilização dos Fundos Europeus, quer o PRR quer o novo Quadro Portugal 2030. E a União Europeia, no seu conjunto, só tem a ganhar por Portugal saber bem o que pretende para si próprio.
Desde logo a coesão territorial tem que ser um objetivo prioritário, e tem de tirar partido das potencialidades existentes em todas as regiões, em especial nas do Interior que têm sofrido um processo de desertificação humana.
A gestão da água das bacias hidrográficas é uma excelente forma de desenvolver o Interior . Desde meados do século XX foram feitos grandes investimentos na construção de barragens com albufeiras de fins múltiplos que integram a produção hidroelétrica e o abastecimento de água.
Um dos exemplos deste tipo de investimentos é o vale do Zêzere, onde atualmente já se incluem três barragens, Cabril, Bouçã e Castelo do Bode, que asseguram o abastecimento de água à Grande Lisboa. Outro exemplo relevante é a irrigação do Alentejo que culminou com a construção da barragem do Alqueva.
Infelizmente nos últimos 20 anos os sucessivos Governos não fizeram um planeamento global das interligações aconselháveis entre diferentes bacias hidrográficas, de forma a otimizar a utilização de água em todo o território.
Esta ausência de planeamento é tanto mais prejudicial quanto nos últimos 20 anos se introduziram muitas potencias elétricas intermitentes, eólicas e fotovoltaicas, que exigem o apoio de […]