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– 16-11-2003 |
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Dia Nacional do Mar : "Qualquer dia não h� pescadores em Portugal"Lisboa, 15 Nov O próximo Dia Nacional do Mar, no domingo, será dedicado �s comunidades piscatérias, mas os n�meros não são animadores: entre 1990 e 2002, Portugal abateu 40 por cento da frota e em vez de 41.000, tem apenas 22.025 pescadores. "Qualquer dia h� peixe e não h� pescadores", � como Frederico Pereira, da Federa��o dos Sindicatos do Sector da Pesca, retrata a situa��o das pescas em Portugal. Uma jornada de trabalho que pode ir até �s 16 horas, o meio inst�vel, por vezes longe da fam�lia, e a fraca remunera��o são os motivos apontados � agência Lusa por aquele respons�vel para que hoje os jovens se afastem da pesca. além disso, "os pescadores j� não querem que os filhos sigam a mesma vida. Eles l� saber�o porqu�", ironiza Frederico Pereira. Apesar de menos dura do que h� 100 anos, quando as redes das traineiras eram puxadas � m�o e a pesca do bacalhau se fazia em pequenos barcos a muitas milhas de dist�ncia de casa, a vida do mar ainda não oferece muitos atractivos. Frederico Pereira afirma que, nos �ltimos 30 anos, não houve grandes evolu��es em termos de t�cnicas, real�ando apenas a introdu��o de sonares e de arrast�es para a pesca long�nqua. Levando � letra o ditado "A Necessidade Agu�a o Engenho", os homens da pesca artesanal "todos os dias v�o adaptando novas solu��es e inventando outras formas de pescar", relata Frederico Pereira. Para tr�s ficou a pesca do atum, que j� não se pratica em Portugal continental, e as longas temporadas passadas na pesca do largo, da Maurit�nia ao Senegal, bem como nas �guas frias do Canad�, Noruega e Gronel�ndia, na captura do bacalhau. Segundo Frederico Pereira, estas "viagens" estáo reduzidas ao m�nimo desde os anos 80 e eram a �nica excep��o �s fechadas comunidades de pescadores, uma vez que reuniam homens de Norte a Sul do país. Hoje, as comunidades de pescadores mant�m-se praticamente como h� muitas gera��es atr�s, com as suas tradi��es e maneiras de ser, de alguma forma fechadas e unidas. "As pessoas trabalham na terra onde vivem", indica. Para Frederico Pereira, a pesca ao largo e long�nqua foi reduzida por escassez de recursos naturais – com os países a fecharem mais a possibilidade de outros irem pescar �s suas �guas -, mas Também por aus�ncia de "uma pol�tica agressiva dos governos portugueses para conseguir oportunidades de pesca". Frederico Pereira lembra os tempos �ureos destas pescas, nos anos 60 e 70, e responsabiliza todos os governos posteriores pelo que se seguiu. Os pescadores passavam ent�o 30 a 40 dias no mar para a pesca ao largo e seis meses na pesca long�nqua. Com a "chegada" de barcos mais r�pidos e melhor equipados, o período de afastamento de casa passou para tr�s meses, mas o trabalho come�ou a rarear. Também a ind�stria conserveira entrou em crise, tendo perdido mais de 60 por cento da capacidade de produ��o, não por falta de matéria prima, mas de investimento, acusa. "A sardinha � o nosso principal recurso. Metade da captura � sardinha", refere. De acordo com os dados fornecidos � Lusa, foram pescadas 148.000 toneladas no ano passado em �guas portuguesas, menos de metade do consumo nacional de pescado. "Pass�mos a ser dependentes do exterior", lamenta Frederico Pereira. Também a aquacultura não tem ainda em Portugal "o significado que poderia ter", acrescenta, ressalvando que os viveiros não poderiam nunca substituir a pesca, mas servir de complemento. As comunidades piscatérias mais importantes em Portugal são as de P�voa do Varzim-Vila do Conde, Matosinhos, Figueira da Foz, Peniche e Sesimbra, seguindo-se Portim�o e Olh�o. Com menor expressão, segundo Frederico Pereira, encontram-se Set�bal e Sines. além destas, em quase todas as praias portuguesas existem comunidades piscatérias com tradi��es ancestrais, que seráo recordadas domingo, quando se assinalar o Dia Nacional do Mar. O dia foi institu�do em Portugal em 1998 por delibera��o do Conselho de Ministros, com base na data (16 de Novembro) em que entrou em vigor a Conven��o das Na��es Unidas sobre o Direito do Mar, em 1994.
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