O presidente do Governo dos Açores estimou para, no máximo, dentro de um ano a concretização de um estudo sobre a fileira do leite, a desenvolver pela Secretaria Regional da Agricultura.
“Os mandatos governativos são de quatro anos e obviamente não podemos passar um mandato a fazer um estudo. Temos que perspetivar na repartição do calendário do mandato um tempo apropriado para o estudo, outro para a sua aplicação e depois a avaliação de resultados. Penso que todos devemos fazer um esforço para, no espaço de um ano, termos o estudo feito e iniciar a sua concretização, mas quanto mais depressa melhor”, declarou José Manuel Bolieiro.
O líder do governo de coligação PSD/CDS-PP/PPM, que recebeu hoje, no Palácio de Sant’Ana, em Ponta Delgada, o presidente da Lactogal e seus parceiros comerciais nos Açores, referiu que o seu executivo vai iniciar um processo de recolha de contributos juntos dos parceiros do setor ligados à produção, indústria e comercialização e deixou claro que não fará, “por causa da pressa, um estudo enganador”.
A produção nos Açores tem vindo a queixar-se de sucessivas quebras no pagamento do leite à produção – já em anos anteriores à pandemia da covid-19 – pago pela indústria, que também se queixa de dificuldades no escoamento dos produtos, a par da comercialização.
O presidente do Governo dos Açores já reiterou a necessidade de um “equilíbrio” na fileira do leite, reconhecendo que o aumento do rendimento dos produtores pode resultar “do preço” ou “dos auxílios de subvenção pública e comunitária”.
José Manuel Bolieiro frisou a importância da “concertação” entre “todos os elementos desta cadeia de negócio”, na fileira do leite.
É preciso encontrar “equilíbrio, visto que é fundamental ter uma boa relação, com equidade, justiça e solidariedade, entre produção, transformação e comercialização e o Governo está disponível, obviamente, para ser um parceiro auxiliar destes entendimentos e dessa melhoria de entendimento e de rendimentos para todos”, afirmou o líder do executivo açoriano.
À saída da audiência de hoje com o chefe do executivo açoriano, o presidente da Lactogal, Casimiro de Almeida, declarou aos jornalistas que vê o futuro do setor do leite “com muitas apreensões, fundamentalmente pelo excedente da matéria-prima, pela decadência dos preços do produto transformado e pela sempre exigência dos produtores”.
O gestor explicou que os lavradores “querem mais preço, ficando a indústria um bocado emparedada entre quem compra, que quer comprar mais barato, e quem vende, que arranja sempre alternativas para reivindicar, com razão ou sem razão”.
A Lactogalp detém 51% do capital da Pronicol – Produtos Lácteos, S.A, sendo os restantes 49% assegurados pela Unicol, União das Cooperativas de Lacticínios Terceirense, fundada em 1946, com cerca de 900 associados e é, atualmente, o maior grupo económico da ilha Terceira.
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