A visita oficial aos trabalhos iniciais da empreitada das Infraestruturas Primárias da Barragem do Pisão – um projeto estruturante para o futuro do Alto Alentejo, há muito aguardado pela população – decorreu na passada segunda-feira, dia 22.
Os órgãos sociais da Comunidade Intermunicipal do Alto Alentejo (CIMAA), Conselho Intermunicipal e Assembleia Intermunicipal, e o Secretário de Estado do Planeamento e Desenvolvimento Regional, Hélder Reis, visitaram ao longo dia os trabalhos que se iniciaram há cerca de duas semanas, relativos à empreitada das Infraestruturas Primárias da Barragem do Pisão.
Durante a visita, Hugo Hilário, Presidente do Conselho Intermunicipal, sublinhou: “Com a Barragem do Pisão, o Alto Alentejo fica, hoje, melhor preparado para enfrentar os desafios do futuro.”
Para Joaquim Diogo, Presidente da Câmara Municipal do Crato, esta obra representa também “um grande ‘boom’ e uma oportunidade financeira, económica e também de emprego” na região do Alto Alentejo.
Hélder Reis, Secretário de Estado do Planeamento e Desenvolvimento Regional, destacou que a Barragem do Pisão “irá alterar a configuração desta região que é o Alto Alentejo. É uma das obras mais importantes que alguma vez foi feita na região, que a população anseia há muitas décadas”.
O dia terminou com a realização da reunião extraordinária da Assembleia Intermunicipal da CIMAA, a última deste mandato (2021/2025), que decorreu no salão da Junta de Freguesia no Pisão.
O Empreendimento de Aproveitamento Hidráulico de Fins Múltiplos do Crato – Barragem do Pisão resulta de um investimento global de 222 milhões de euros, financiados através do Orçamento do Estado ou outras fontes de financiamento disponíveis.
Compromisso Ambiental
Todo o trabalho que já vem sendo desenvolvido há anos por uma equipa técnica multidisciplinar, liderado pela CIMAA, foi conduzido acautelando todas as questões ambientais que advém da prossecução deste investimento para o Alto Alentejo, respeitando escrupulosamente as normas e a legislação em vigor.
Para além da compensação ambiental significativa: a beneficiação e adensamento de 1.481,94 hectares de povoamentos de azinheira e sobreiro nos concelhos do Crato e de Portalegre, ou seja, o triplo do número de árvores abatidas, o projeto integra medidas de reflorestação, requalificação e proteção da biodiversidade, garantindo que a construção da Barragem do Pisão é acompanhada por ações que reforçam a sustentabilidade ambiental e a resiliência do território.
Coesão Territorial para o desenvolvimento do Alto Alentejo
A Comunidade Intermunicipal do Alto Alentejo (CIMAA), entidade gestora do projeto do Empreendimento de Aproveitamento Hidráulico de Fins Múltiplos do Crato – Barragem do Pisão, foi instituída nessa qualidade por decisão do Governo da República através do Decreto-Lei n.º 62/2022, de 26 de setembro. Também por decisão do Governo da República nesse mesmo diploma foi considerado um empreendimento de interesse público nacional.
Os 15 autarcas do Alto Alentejo, tal como os governantes da atual e anteriores legislaturas, continuam unidos e empenhados na concretização deste projeto de enorme relevância para o desenvolvimento da nossa região. A Barragem do Pisão é o verdadeiro significado de “Coesão Territorial” e do que conseguimos alcançar quando pensamos o território como um todo.
Sobre a Barragem do Pisão
- O Empreendimento de Aproveitamento Hidráulico de Fins Múltiplos do Crato – Barragem do Pisão tem como objetivos estratégicos:
- Garantir o abastecimento de água potável a cerca de 55 mil habitantes de 8 municípios;
- Combater a desertificação e diversificar a agricultura, com uma área irrigada superior a 5 mil hectares;
- Contribuir para a produção de energia renovável, suprindo mais de 50% das necessidades energéticas do Alto Alentejo;
- Atrair e fixar população num território demograficamente fragilizado;
- Assegurar uma gestão eficiente e sustentável dos recursos hídricos.
Características técnicas
- Tipo: barragem em aterro zonado com núcleo central em solos de baixa permeabilidade e maciços estabilizadores em mistura de solo-enrocamento;
- Altura máxima: 54 metros acima da fundação;
- Albufeira: 726 hectares de área inundada, com 116,2 hm³ de armazenamento total;
- Desenvolvimento total: cerca de 1.350 metros;
- Área de intervenção: 10 mil hectares.
Fonte: CIMAA