A União Europeia e a ONU lideram as dezenas de críticas face ao facto de a Rússia ter suspendido o acordo que permitia a venda de cereais ucranianos. Guterres vai propor que uma subsidiária do Rosselkhozbank seja ligada ao sistema SWIFT.
“Centenas de milhões de pessoas enfrentam a fome e os consumidores estão perante uma crise global que resultará do aumento do custo de vida. Todos eles pagarão o preço” por a Rússia ter bloqueado a extensão do acordo sobre os cereais – que permitia a exportação da produção ucraniana e a sua passagem pelo Mar Negro a partir de portos controlados por Moscovo. A declaração é de António Guterres, secretário-geral da ONU e uma das partes do acordo juntamente com a Rússia, a Ucrânia e a Turquia.
Mesmo assim, a ONU não desiste: Guterres disse que a organização que dirige vai manter-se em contacto com o Kremlin para explorar todas as possibilidades de fazer o governo de Vladimir Putin regressar à mesa das negociações. Aparentemente, a ONU saberá qual é a agenda para isso: convencer a União Europeia a permitir que o banco agrícola russo Rosselkhozbank seja novamente ligado ao sistema de pagamentos internacionais SWIFT.
Guterres disse que a ONU conseguiu criar um “mecanismo de pagamentos personalizado” para o Banco Agrícola Russo por via do banco americano JPMorgan Chase e “recentemente intermediou uma proposta concreta” com a Comissão Europeia para permitir que uma subsidiária do Rosselkhozbank recupere o acesso ao Swift.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, disse que conversou com António Guterres esta segunda-feira sobre o assunto, precisamente no ponto que tem a ver com tentar renovar os embarques do Mar Negro. O regresso do acordo é fundamental para a Ucrânia – num quadro em que a economia do país está desmantelada e sem grandes caminhos para manter captação de fundos que não sejam provenientes dos […]