Especialistas da Comissão Europeia visitam hoje e sábado a Roménia para reforçar a capacidade da rota do rio Danúbio com vista a melhorar o fluxo de mercadorias de e para a Ucrânia ao longo dos corredores de solidariedade.
A informação foi hoje divulgada aos jornalistas em Bruxelas pelo gabinete do vice-presidente executivo da Comissão Europeia com a pasta do Comércio, Valdis Dombrovskis, indicando que “uma equipa de peritos da Comissão Europeia visita a Roménia a 01 e 02 de setembro para discutir a forma de reforçar a capacidade do corredor do Danúbio”.
A Roménia, membro da União Europeia (UE) e da NATO, tem ajudado a Ucrânia a vender os cereais desde o início da invasão russa, em 24 de fevereiro de 2022.
O Danúbio, que nasce na Alemanha e desagua no Mar Negro, é uma importante via comercial para vários países europeus, incluindo a Ucrânia e a Roménia.
“A Comissão Europeia criou uma Plataforma de Coordenação Conjunta sobre as exportações da Ucrânia para trabalhar em estreita colaboração com os países, entre os quais a Roménia, a Moldova e a Ucrânia, a fim de melhorar o trânsito e o fluxo de mercadorias de e para a Ucrânia ao longo dos corredores de solidariedade”, explicou a tutela comunitária, numa nota informativa.
“A plataforma está a trabalhar bem em soluções práticas para eliminar os estrangulamentos e acelerar o tráfego, a fim de permitir à Ucrânia exportar cereais através da UE como alternativa aos portos do Mar Negro, depois de a Rússia ter abandonado a iniciativa para os cereais do Mar Negro e ameaçado o transporte no Mar Negro”, reforçou.
É no âmbito dos trabalhos desta plataforma que se realiza a visita, que se concentra nas cidades portuárias romenas de Constança e Galatz.
“O objetivo da visita é mostrar o apoio da UE à Roménia, reconhecendo simultaneamente os esforços contínuos das autoridades e das partes interessadas neste complexo empreendimento” das instalações portuárias do Danúbio, junto ao porto de Constança e ao canal Sulina, acrescentou o comunicado.
Esta informação foi divulgada no dia em que o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, recebeu o primeiro-ministro romeno, Marcel Ciolacu, em Bruxelas, ocasião na qual o responsável europeu saudou os “esforços para duplicar as exportações de cereais da Ucrânia através do Danúbio”, segundo uma publicação na rede social X (anteriormente designada Twitter).
Na quinta-feira, a Comissão Europeia admitiu prorrogar até dezembro o acordo alcançado em abril passado com cinco Estados-membros da UE, incluindo a Roménia, para garantir o trânsito de cereais ucranianos.
A UE suspendeu em maio de 2022, por um ano, os direitos aduaneiros sobre todos os produtos importados da Ucrânia e trabalhou para permitir a exportação dos seus ‘stocks’ de cereais após o encerramento das rotas pelo Mar Negro, na sequência da invasão do país pela Rússia em fevereiro 2022.
Os países vizinhos da UE registaram um aumento substancial nas chegadas de milho, trigo ou girassol da Ucrânia, fazendo com que os armazenamentos ficassem saturados e os preços locais caíssem.
Polónia, Hungria, Eslováquia e Bulgária proibiram, por isso, cereais e outros produtos agrícolas importados da Ucrânia em meados de abril passado, dizendo que queriam proteger os seus agricultores, abrindo um confronto com a Comissão Europeia, responsável pela política comercial da UE.
Nessa altura, o executivo comunitário concluiu um acordo de princípio com esses quatro países, bem como com a Roménia.