A coordenadora humanitária da ONU para a Ucrânia, a canadiana Denise Brown, condenou hoje o último ataque de ‘drones russos’ às instalações de exportação de cereais ucranianas na foz do rio Danúbio.
“Condeno veementemente este novo ataque russo às instalações portuárias no rio Danúbio, na região de Odessa, na Ucrânia, nas primeiras horas da manhã. O ataque não só causou danos a esta infraestrutura civil crucial, mas também deixou vários trabalhadores civis feridos”, disse Brown em comunicado.
A coordenadora das Nações Unidas lembrou que “infelizmente este não é um caso isolado”, referindo-se aos “repetidos ataques contra os portos da Ucrânia” levados a cabo por Moscovo desde que decidiu pôr fim à sua participação na Iniciativa de Cereais do Mar Negro, a que se seguiu a criação por Kiev de um corredor seguro para as suas exportações.
“Estes ataques aos portos e instalações de cereais do Danúbio são particularmente preocupantes”, na medida em que estas infraestruturas servem para fornecer alimentos a todo o mundo e evitam a escalada dos preços.
Nesse sentido, lembrou que “o Direito Internacional Humanitário é claro e proíbe ataques contra civis ou objetivos civis”.
O Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, é esperado na segunda-feira em Sochi, na Rússia, para discutir com o Presidente russo, Vladimir Putin, o reatamento da Iniciativa de Cereais do Mar Negro, que envolve também a Ucrânia, com a mediação de Ancara e das Nações Unidas.
Na altura em que suspendeu a participação no acordo, Moscovo admitiu regressar ao entendimento se for contemplada a reintegração do seu banco agrícola, Rosselkhozbank, no sistema bancário internacional SWIFT, o levantamento das sanções sobre as peças sobresselentes para a maquinaria agrícola, o desbloqueamento da logística de transportes e dos seguros e o descongelamento de ativos.
A parte russa reclamava também o recomeço do funcionamento da conduta Togliatti-Odessa destinada à exportação de amoníaco, componente essencial dos fertilizantes.
Ucrânia e Rússia estão entre os maiores produtores mundiais de cereais e o abastecimento global foi seriamente afetado pela guerra entre os dois países, em fevereiro do ano passado, com impacto na segurança alimentar nos países mais vulneráveis e uma escalada de preços de bens.