A recente crise, como todas as crises costumam fazer, tem levado a sociedade a valorizar mais a agricultura e o papel fundamental que esta desempenha, não só enquanto atividade económica, mas também, e acima de tudo, como garante da nossa soberania.
Ao longo dos anos, o país foi sustentando uma ideia generalizada do agricultor como aquela personagem pouco letrada, que vive exclusivamente para o campo, com trabalhos de grande exigência física e sem horários ou rendimentos certos. Se em tempos esta ideia tinha alguma aproximação à realidade, hoje não poderia estar mais errada. Os profissionais, que hoje se dedicam a este setor, apresentam elevados níveis de formação e escolaridade, fazendo depender a sua atividade cada vez mais da incorporação de tecnologia e conhecimento e cada vez menos do esforço físico. Olhando para a realidade agrícola de Trás-os-Montes, região onde a agricultura representa uma grande fatia da atividade económica, é visível ao longo dos últimos anos o intenso desenvolvimento deste setor.
Produções tradicionais como a castanha, o vinho ou a azeitona e, mais recentemente, a amêndoa e a maçã são exemplos de como a incorporação de conhecimento e tecnologia pode trazer uma nova dinâmica ao setor. A introdução de variedades mais produtivas, aliada a novas formas de conduzir e formar as plantas ou a possibilidade de mecanizar a colheita dos frutos, permitiram aumentar de forma exponencial a produtividade e a rentabilidade destas culturas. Hoje, mais do que uma forma de sustento, a agricultura apresenta-se […]