Há relatos de descargas excessivas em Castelo de Bode.
Sem aviso prévio, o tecido empresarial das atividades relacionadas com o rio Zêzere vem sendo surpreendido pela inesperada redução dos níveis da água na Albufeira da Barragem do Castelo de Bode. Os prejuízos materiais já registados e as consequências irreversíveis desta situação na próxima época balnear estão na origem das críticas e da preocupação dos empresários que exigem respostas e soluções.
Com uma história que remonta a 1951, a Barragem da Albufeira do Castelo de Bode é um dos ex-libris da zona centro do país e um recurso turístico visitado anualmente por milhares de residentes e turistas.
Além da importância balnear, este reservatório de água abastece mais de três milhões de pessoas e é uma importante fonte de produção de energia elétrica.
Face a estas três vertentes e à importância estratégica da barragem na economia local, são muitos aqueles que perguntam como foi possível chegar a esta situação.
A 14 de janeiro, a Associação de Empresários Turísticos do Castelo de Bode lançou um comunicado onde questionava as entidades públicas sobre a baixa quota da água, mas o pedido dos empresários ficou sem resposta.
De então para cá, o problema foi-se agravando. Os prejuízos materiais, sobretudo nos equipamentos náuticos, vêem-se acumulando e os empresários alegam fundados receios no que diz respeito à próxima época balnear.
A 1 de fevereiro, o Ministério do Ambiente mandou interromper a produção elétrica nesta barragem, mas esta medida apenas terá reduzido a velocidade na diminuição do caudal.
Quanto às causas para esta situação, empresários e locais queixam-se de várias descargas nos últimos tempos e há quem afirme que o fecho da central do Pego fez com que a barragem do Castelo de Bode aumentasse a produção e consequentemente o consumo de água.
A SIC tentou obter esclarecimentos por parte da EDP que até ao fecho desta reportagem não respondeu a nenhuma das questões colocadas.