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– 30-03-2013 |
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Pescadores da Noruega preocupados com a crise em Portugal
A mais de quatro mil quil�metros de dist�ncia, nas remotas ilhas Lofoten, o estado da economia portuguesa preocupa simples pescadores noruegueses, afectados pela perda de poder de compra do principal importador de bacalhau noruegu�s. "Antes do Natal, o pre�o do quilo baixou de 15 coroas (dois euros) para menos de 10 coroas (1,33 euros) coroas, disseram-nos que era por causa da crise na Europa", conta Karl Johnsen, ao leme da traineira Gisloyvaering. Embora não esteja a par dos pormenores da situa��o financeira ou pol�tica, nem nunca tenha visitado o país, este quinquagen�rio sabe que � para Portugal que vai grande parte do bacalhau que pesca, onde � consumido sobretudo salgado. Segundo o Conselho Noruegu�s das Pescas (CNP), em 2012, a Noruega exportou para Portugal 42.445 toneladas de bacalhau, equivalente a 211 milhões de euros, menos 15% do que as 47.511 toneladas do ano anterior, correspondentes a 248 milhões de euros. A redu��o dos pre�os nos portos conclu�da em Dezembro foi o resultado de negocia��es entre associa��es de pescadores e representantes da ind�stria de processamento. A principal raz�o apontada foi o aumento da quota de pesca do bacalhau da Noruega em cerca de 30%, para um valor recorde de um milh�o de toneladas, gra�as � boa condi��o dos `stocks` no mar de Barents. Por�m, as dificuldades nos mercados europeus foram invocadas tanto por pescadores como pela ind�stria alimentar para justificar a decisão. "A quebra de pre�o na origem tem que ver com o crescimento da quota de pesca nos �ltimos anos. H� seis anos a quota de pesca norueguesa era de 260 mil toneladas. Este ano � de 480 mil toneladas. Como se pode perceber quando a quota duplica, o pre�o cai para metade", justificou Christian Nordahl, representante do CNP em Portugal. A descida dos pre�os veio agravar o decl�nio da actividade, que ainda � maioritariamente feita de forma tradicional ao largo das ilhas Lofoten, � rede ou � linha. "Um dos meus irm�os vendeu o barco, foi trabalhar para [a ind�stria d]o petr�leo. Trabalha um m�s e descansa outro, e ganha mais dinheiro", revelou o pescador � agência Lusa. Bernt-Andreas Johnsen, de 43 anos, que partilha a traineira com o irm�o mais velho, Também se queixa: "Por causa dos problemas financeiros na Europa, precisamos de pescar mais para ganhar o mesmo dinheiro". Ao mesmo tempo, professa um amor � profissão que corre nas veias da fam�lia h� várias gera��es. Os dois irm�os trabalham intensivamente durante a �poca do "skrei", entre 01 de Janeiro e 30 de Abril, bacalhau que migra na fase da desova e que pode ser encontrado no mar da Noruega, ao largo das ilhas Lofoten. Saem diariamente �s 04:30 horas e s� regressam depois das 12:00 horas, enfrentando temperaturas negativas, a neve e a escurid�o do inverno �rctico. Num dia bom, podem apanhar nas redes nove mil quilos de bacalhau, mas h� outros em que se ficam pelas centenas de quilos. Se não conseguirem esgotar a quota de 225 toneladas que possuem, teráo de viajar mais longe, até ao mar de Barents. � naquelas �guas que se concentram os maiores `stocks` de bacalhau, mas onde h� Também maior concorr�ncia, incluindo de barcos portugueses. Nos próximos anos � poss�vel que a quota de pesca de bacalhau regrida, o que poder� fazer o pre�o aumentar novamente. Os irm�os Johnsen esperam que, entretanto, a situa��o na Europa melhore, e Bernt-Andreas faz "figas" para que Portugal encontre petr�leo, o mesmo recurso que tornou a Noruega um dos países mais ricos do mundo. "N�s j� temos muito, faz mais falta a Portugal", garante o pescador, que desabafa: "Espero sinceramente que Portugal recupere". Fonte: Lusa
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