João Santos, professor e investigador na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, não relaciona a falta de chuva com as alterações climáticas, mas defende medidas de adaptação da agricultura portuguesa.
As previsões dos climatologistas apontam para que chova cada vez menos em Portugal. As secas vão aumentar de frequência e de intensidade ao longo dos próximos anos, mas não estão relacionadas com as alterações climáticas.
João Santos, professor e investigador na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), em Vila Real, entende que é preciso ter alguma cautela na hora de estabelecer a relação entre a seca que está a assolar o país e as mudanças que se verificam no clima em todo o mundo.
[…]
A certeza que o climatologista dá é que “há menos precipitação em Portugal e a seca tem-se tornado mais frequente e intensa”. E o pior é que “todas as projeções climáticas para as próximas décadas apontam para a continuação dessa tendência”. Ou seja, “um futuro cada vez mais seco e mais quente”.
Em 2022, o cenário piora a cada dia que passa e “se não chover nas próximas semanas será praticamente impossível reverter a situação e o verão será dramático”, alerta João Santos.
Mudanças na agricultura
A agricultura é um dos setores de atividade que mais se ressente com a falta de chuva. João Santos entende que as maiores preocupações devem ser dirigidas para as “plantações de arroz, milho, outros cereais e hortícolas em geral”, porque “consomem muita mais água do que, por exemplo, a vinha, o olival ou o amendoal”.
No caso da viticultura, até pela importância económica que a produção de vinho tem para o país, o cenário não é ainda dos piores, pois […]