Milhares de toneladas de produtos agrícolas estão a deixar de ser apanhadas por falta de mão-de-obra, comprometendo em alguns casos todo o ano de produção, denuncia a associação de produtores. Entretanto, infetados e seus contactos continuam à espera de solução.
Ninguém pode entrar nem sair de São Teotónio e Longueira-Almograve, o que faz que as explorações agrícolas sejam obrigadas a parar a produção numa altura em que deveriam estar no máximo da atividade. São Teotónio é a freguesia de Odemira onde residem mais imigrantes, enquanto Longueira é onde se concentram muitas explorações agrícolas. A Associação de Horticultores, Fruticultores e Floricultores do Sudoeste Alentejano (AHSA) calcula que a cerca sanitária implique uma redução de 40% da mão-de-obra das empresas associadas.
“Em pleno pico de produção, esta impossibilidade de permitir que os trabalhadores, mesmo que devidamente testados, se possam deslocar para os locais de trabalho vai implicar um desperdício de milhares de toneladas de produtos agrícolas e despesas e perdas de milhões de euros para as empresas que operam na região, comprometendo em alguns casos todo o ano de produção e levando a que muitas delas não possam salvaguardar os compromissos assumidos com fornecedores e clientes, condicionando ainda encomendas a curto e médio prazo”, denunciam.
Margarida Carvalho, diretora executiva da AHSA, disse ao DN que a situação é dramática. Não foi aceite o pedido para que os trabalhadores com “testes negativos válidos e devidamente certificados” pudessem deslocar-se entre as freguesias. Defendem a continuação da testagem massiva nas empresas; o isolamento dos infetados e de “todos os contactos de risco, independentemente da nacionalidade ou origem de cada pessoa, permitindo que a restante população ativa possa” trabalhar.
A exploração da Summer Berry, na Herdade dos Almeidans, fica em Longueira-Almograve. Produz frutos vermelhos, maioritariamente framboesa. Tem um corpo