De Miranda a Crestuma, Álvares Ribeiro participou em quase todos os projectos no Douro e, com essa experiência, criou a área de Estudos de hidráulica na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto.
Galgava o Douro algumas das suas margens, num dia de cheias muito controladas pelas suas barragens, quando se soube da morte do engenheiro de hidráulica responsável pelo projecto de sete destes empreendimentos que em Portugal, ao longo de mais de duas centenas de quilómetros, modelam os humores do rio e aproveitam os seus desníveis para a produção de energia.
Agostinho Álvares Ribeiro tinha 93 anos. Morreu esta quarta-feira e o seu desaparecimento foi assinalado pela Câmara do Porto. “A obra não desmente o legado imortal de uma personalidade que ficará para sempre na nossa memória como um dos grandes nomes da engenharia portuguesa do século XX, que também deixou o seu inestimável contributo para as novas gerações de engenheiros”, salienta o presidente do município, Rui Moreira.
Nascido no Porto em 1927 e doutorado em 1956, com uma tese sobre o Método de Cálculo de Barragens Arco, Agostinho de Sousa Guedes Álvares Ribeiro lançou os estudos de Hidráulica na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, recorda um dos seus alunos e posterior companheiro na FEUP, Fernando Veloso Gomes. “Ele dedicava-se às barragens e reuniu a primeira equipa, para a qual arranjou um número dois notável, para a área do ciclo urbano da água, que era o professor Novais Barbosa [que viria a ser reitor da UP]”, recorda o catedrático especialista em hidráulica marinha que se jubilou no ano passado.
O primeiro laboratório de hidráulica
Veloso Gomes assinala que, além de ter incentivado o surgimento de estudos nesta área – “foi ele que criou o primeiro laboratório que tivemos”, lembra –,
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