A Ministra da Agricultura, Maria do Céu Albuquerque, marcou hoje presença na XX Feira do Montado, em Portel. Durante a sessão de abertura, Maria do Céu Albuquerque fez uma intervenção direcionada para a valorização dos montados de sobro e azinho nas suas várias vertentes.
A Ministra da Agricultura destacou a forte aposta na valorização dos produtos endógenos e que representam “a aposta na marca “Portugal” que é reconhecida além- fronteiras pelos melhores motivos. É preciso manter os nossos territórios vivos. O nosso território, o Portugal profundo, está cheio de iniciativas promovidas pelas autarquias que querem valorizar os seus produtos, as suas tradições, as suas pessoas e com isso acrescentar valor à economia local e criar as melhores condições de vida a quem servem. Por isso, a valorização do Montado é, para esta região, determinante, até porque tem um potencial imenso não só para a economia, mas também para a valorização das pessoas”.
Maria do Céu Albuquerque reafirmou que este governo acredita “num modelo de agricultura pujante, competitiva, mas que seja também amiga do ambiente, preparada para o mercado e que crie emprego. Mas esta agricultura competitiva só pode sair reforçada se também der espaço a uma agricultura que esteja relacionada com o desenvolvimento rural, com a valorização da atividade agrícola de pequena dimensão, familiar e também para a agricultura biológica.
A Feira do Montado é uma iniciativa com duas décadas de história e envolve produtores de várias gerações. Foi neste sentido que Maria do Céu Albuquerque destacou o setor da agricultura, como um setor que quer renovar-se, garantir a continuidade e que assim responde aos desafios a que o governo se propõe na próxima legislatura: “Isso faz-me crer que vamos contar com a agricultura na resposta às questões demográficas que enfrentamos, contrariando o despovoamento e contribuindo para um desenvolvimento coeso do território. Um desenvolvimento que nos permita combater as desigualdades e incentivar outras modalidades de agricultura como a agricultura familiar e a agricultura biológica”.
“Queremos que as ferramentas tecnológicas utilizadas possam chegar a todos, queremos que a capacitação seja transversal e que a partilha de conhecimentos seja uma realidade. E a agricultura já o está a fazer, mas tem de sair reforçada”, afirmou o membro do governo.
Ainda segundo a Ministra da Agricultura, “a agricultura é um dos setores da economia que está mais exposto aos riscos associados às alterações climáticas, às catástrofes naturais cada vez mais frequentes e com impactos negativos no rendimento agrícola, e à degradação do capital natural, de que são exemplos a degradação do arvoredo, a erosão e a perda de produtividade do solo ou a escassez de água. É, então, fundamental que, cada vez mais, a exploração agrícola tenha capacidade para reagir às adversidades climáticas. É preciso disponibilizar mecanismos que permitam criar a sustentabilidade ambiental. Só garantindo a sustentabilidade ambiental, é que podemos garantir a sustentabilidade agrícola, a sustentabilidade económica e, essencialmente, sustentabilidade social.”
Maria do Céu Albuquerque afirmou também que “hoje, aqui, naquele que representa uma das maiores manchas de montado da Península Ibérica, afirmamos e constatamos que o montado contribui para a existência de uma importante economia de produtos associados. A diversidade de recursos que possui reflete-se na oferta de um grande número de produtos e serviços de valor económico e social, tais como a criação de gado, a fauna bravia, o porco preto e a cabra serpentina, o mel, o azeite, a madeira, a cortiça, a lenha, os frutos e plantas silvestres, o artesanato e o turismo”.
Os números associados à cortiça mereceram também o destaque da Ministra da Agricultura: “quero lembrar que Portugal é líder mundial na cortiça. As exportações representam aproximadamente 0,5% do PIB e 1,8% do valor das exportações totais portuguesas”.
A finalizar a sua intervenção, a Ministra da Agricultura referiu que neste momento “estamos a definir o Plano Estratégico para a Política Agrícola Comum, tendo por base aquilo que são as diretrizes da União Europeia para garantir a alimentação em quantidade, mas essencialmente em qualidade a todas e a todos e, sobretudo, para garantirmos o equilíbrio entre ambiente, entre economia e entre a qualidade de vida das pessoas. É preciso um esforço coletivo para podermos desenvolver o nosso país e criar as melhores oportunidades para todas e todos”.
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