[Fonte: Petição Pública]
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Após o choque de, a 17 de Junho, termos sido confrontados com a imagem de 64 pessoas encurraladas pelo fogo em Pedrógão Grande, a morte, sem precedentes vagamente comparáveis, passou a ser uma hipótese em aberto num Portugal que arde sem controlo. Uma hipótese que não diríamos aceitável, mas possível. E que se repete a uma escala semelhante apenas quatro meses depois.
Face à indignação da sociedade civil, que se vai tentando afirmar, vimos dar rosto e voz a um movimento à escala nacional, em torno do qual pretendemos reunir políticos de todos os quadrantes, universidades, associações, figuras públicas e especialistas de relevo que têm sido chamados a contribuir para a compreensão das causas e para a busca de soluções – muitas das quais estão descritas há muito.
Numa altura em que o país assiste à contabilização dos mortos, em resultado dos incêndios que deflagraram no passado domingo, 15 de Outubro, vimos propor uma manifestação silenciosa, de luto, que preste homenagem às vítimas e faça saber aos seus familiares e a quem tudo perdeu que o país está com eles.
Que diga, também, a quem governa e a quem nos tem governado que estamos indignados. E que não aceitamos a externalização das responsabilidades nem a inevitabilidade de acontecimentos cujo drama não se descreve em palavras.
Um Portugal ardido e mais de uma centena de mortos é o retrato extremo do falhanço do Estado; um cenário construído por décadas de incompetência, de políticas adversas, de submissão do interesse comum aos interesses instalados.
Que este seja o motor de um consenso nacional alargado e corajoso; como corajosas foram as populações entregues à sua sorte e que, com escassos meios, ajudaram a combater os fogos.
Face aos receios da politização fácil dos acontecimentos e dos primeiros sintomas que sentimos de que isso possa acontecer;
para que as mudanças sejam substantivas e sem cedências a interesses instalados;
pela consciência da sociedade em geral na necessidade de cooperar;
por uma convergência nacional;
subescrevemos,
confiando no apoio de sua Excelência, o Sr. Presidente da República;
e associando-nos às manifestações a ocorrer Sábado, 21 de Outubro, 16h:
Lisboa – Praça do Comércio
Porto – Av. dos Aliados
Coimbra – Praça 8 de Maio
Leiria – Praça Rodrigues Lobo
Braga – Praça do Município
Setúbal – Praça do Bocage
Viseu – Praça da República
Guarda – Praça Velha
Viana do Castelo – Praça da República,
Castelo Branco – Devesa
Pedrogão Grande – na denominada “Estrada da Morte”
E nas Praças do Município das diversas capitais de distrito (salvo diferente indicação).
António Salgueiro, Carlos da Camara, Clemente Pedro Nunes Domingos Xavier Viegas, Duarte Caldeira, Eduardo Rego, Filipe Duarte Santos, Francisco Castro Rêgo, Francisco Cordovil, Gonçalo Castel’Branco, João Ferrão, José Miguel Cardoso Pereira, Nádia Piazza, Luísa Schmidt, Viriato Soromenho-Marques.
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