Mais de 2,6 milhões de pessoas tiveram de receber assistência em Moçambique, afetadas pela seca, ciclones e inundações, nos primeiros nove meses de 2025, segundo dados do Governo.
De acordo com dados de um relatório de execução orçamental, com informação até 30 de setembro, desse total, 1.530.000 pessoas tiveram de ser assistidas devido à seca, 1.064.487 face aos ciclones (até março) e 15.513 devido a inundações.
“Para o financiamento das ações de assistência às populações afetadas pelos ciclones, foram mobilizados 16,8 milhões de dólares [14,6 milhões de euros] no quadro da implementação do Programa Regional de Preparação para Emergências e Acesso a Recuperação Inclusiva (REPAIR), financiado pelo Banco Mundial”, lê-se no relatório.
Acrescenta que, pelo Contrato de Seguro Soberano contra ciclones, foi acionado o pagamento de compensação pelos danos no valor global de 9,3 milhões de dólares (oito milhões de euros).
“Os impactos do fenómeno ‘El Niño’, que tiveram maior incidência nas zonas sul e centro do país, afetaram as zonas abrangidas, e o país acionou seguro soberano tendo se beneficiado de um pagamento (payout) na ordem de 1,8 milhões de dólares [1,5 milhões de euros], que vai permitir assistir a cerca de 18 mil agregados familiares nas regiões mais afetadas pela seca”, aponta ainda.
Moçambique foi atingido na época na anterior época das chuvas (outubro a abril) por três ciclones, casos do Chido, em dezembro de 2024, do Dikeledi, em janeiro, e do Jude, e março, “que, para além de outros eventos climáticos e sociais ocorridos até 30 de setembro, causaram enormes prejuízos nas infraestruturas económicas e sociais”.
“Os fenómenos acima descritos provocaram a morte de 174 pessoas maioritariamente devido a traumas causados por desabamento de paredes, por afogamento, descargas atmosféricas e cólera. Foram registados 248 feridos e um total de 1.373.684 pessoas afetadas, aproximadamente 311.146 famílias”, identifica o relatório do Governo.
Acrescenta que foram igualmente afetadas 316.668 casas, das quais 158.410 parcialmente destruídas, 146.678 totalmente destruídas e 11.600 inundadas. Acresce a destruição de 3.328 salas de aulas, afetando 491.420 alunos, 143 unidades sanitárias, 591 casas de culto, 13.489 postes de energia, 119 torres de comunicação e outros prejuízos socioeconómicos.
Ainda nos primeiros nove meses do ano, os eventos extremos, afetaram igualmente o setor de Estradas, numa extensão de 1.068 quilómetros, 23 pontes e 65 aquedutos. No setor da agricultura foram afetados 879.088 hectares de culturas diversas, das quais 64.473 hectares por inundações e as restantes pelos efeitos da seca, pragas, prejudicando cerca de 260.862 produtores.
Nas pescas, 553 embarcações da pesca artesanal foram afetadas, além de 1.068 artes de pesca, igualmente nos primeiros nove meses de 2025.












































