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river

Lagoas e zonas alagadas: oásis de vida para descobrir e preservar

por Florestas.pt
17-08-2023 | 01:47
em Últimas, Notícias florestas, Blogs
Tempo De Leitura: 13 mins
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Lagoas e zonas alagadas, como pauis, são exemplos de ecossistemas de elevado valor, não apenas pela beleza que trazem à paisagem, mas pelos múltiplos papéis ecológicos que desempenham: desde purificação da água e contenção das cheias, até à retenção de carbono, passando pela diversidade da fauna e flora que acolhem.

Com presença de água de forma temporária ou permanente, estas zonas húmidas (naturais ou moldadas pela ação humana) apoiam a disponibilidade de água doce, são aliadas na luta contra as alterações climáticas e importantes habitats para a biodiversidade:

  • Água doce – recebem as águas provenientes das chuvas, de reservas subterrâneas, rios ou ribeiras e devolvem-na a estas estruturas, promovendo a (re)circulação que alimenta o ciclo hidrológico. A água que recebem move-se lentamente e está em contacto com vegetação diversificada, promovendo processos naturais, físicos, químicos e biológicos de purificação, que ajudam a remover a contaminação por nutrientes, poluentes e sedimentos em suspensão. No outono e inverno, a acumulação de água da chuva nestas lagoas e zonas alagadas previne inundações nas zonas adjacentes e ajuda a criar reservas para as estações secas.
  • Alterações climáticas – de uma forma geral, as zonas húmidas têm uma elevada capacidade de retenção de carbono: podem armazenar 50 vezes mais carbono do que as florestas tropicais, refere a WWF, explicando que folhas, resíduos animais e outros elementos ricos em carbono são afundados e enterrados nestas terras húmidas, mantendo retidos os gases com efeitos de estufa que, de outro modo, se libertariam para a atmosfera. O seu papel na mitigação das alterações climáticas reforça-se pelo rápido crescimento da vegetação nestas áreas alagadas, o que aumenta a respetiva capacidade de absorção de carbono da atmosfera.Em paralelo, ao reterem e absorverem a água de chuvas intensas ou torrenciais – fenómenos climáticos extremos que se tornam mais comuns – atuam como esponjas que ajudam a prevenir e controlar inundações e a travar a progressão da erosão que com elas se intensifica. Também aqui, a existência de vegetação ajuda a abrandar a velocidade da corrente.
  • Biodiversidade – as zonas húmidas já foram referidas como “supersistemas biológicos”, pois constituem habitats para uma grande diversidade de animais e plantas, incluindo muitas espécies ameaçadas ou em perigo de extinção, e armazenam ou transportam nutrientes que sustentam as suas cadeias alimentares. Além de promoverem a manutenção desta biodiversidade, muitas destas lagoas e zonas alagadas funcionam como refúgio para a nidificação e “berçário” de muitas espécies. A sua preservação é especialmente importante para várias espécies de peixes e de aves marinhas.

Estas funções ecológicas só podem cumprir-se se as lagoas e zonas alagadas forem preservadas. No entanto, a nível global, muitas zonas húmidas estão a diminuir e outras estão ameaçadas ou num estado de degradação que requer intervenção, ou seja, precisam da ajuda humana para garantir a sua permanência, manter o seu equilíbrio ou proceder ao seu restauro ecológico.

Para zelar pela conservação das zonas húmidas, tanto terrestres como costeiras ou marinhas, foi estabelecida em 1971 a Convenção Ramsar, assinada na cidade iraniana com o mesmo nome. Este tratado intergovernamental foi subscrito originalmente por 169 países (em 2023, são 172) e integra cerca de 2493 “Sítios de Importância Internacional” que cobrem mais de 256 milhões de hectares (cerca de cinco vezes a área de Espanha).

Em Portugal, este Tratado entrou em vigor em 1981 e inclui, atualmente, 31 Sítios Ramsar, distribuídos de norte a sul e pelo arquipélago dos Açores. Rias, estuários, lagoas e zonas alagadas com diferentes características, como pauis e sapais, integram o Tratado.

À descoberta de 3 lagoas e áreas alagadas

Lagoas de Bertiandos e de S. Pedro de Arcos, Pateira de Fermentelos e Paul do Boquilobo são três zonas húmidas que integram os Sítios Ramsar em Portugal, no norte e centro de Portugal. Descubra-as neste artigo, ou ao vivo, numa viagem por estes oásis de vida.

Embora estas lagoas possam ser visitadas durante todo o ano, convém evitar épocas de chuva intensa ou outras condições meteorológicas adversas. Antes de seguir viagem, contacte as infraestruturas que lhes dão apoio e planeie a sua visita.

Lagoas de Bertiandos e de S. Pedro de Arcos – Ponte de Lima

Fazem parte da Rede Natura 2000, estão classificadas como Sítio de Importância Comunitária, foram integradas nos Sítios de Importância Internacional Ramsar em 2005 e constituem uma Paisagem Protegida Regional, que abrange cerca de 346 hectares.

As Lagoas de Bertiandos e São Pedro de Arcos, em Ponte de Lima, englobam um complexo de lagoas temporárias e permanentes situadas numa depressão de terreno atravessada pelo Rio Estorãos, um afluente do Rio Lima.

À sua volta, podem observar-se pastagens húmidas naturais e pequenos bosques de folhosas. Nas colinas que as delimitam existem povoamentos florestais onde predominam os pinhais, enquanto nas planícies perduram as culturas agrícolas, podendo ver-se, nas zonas limítrofes, a tradicional vinha em bordadura (típica da zona do Minho, onde as bordaduras dos terrenos agrícolas eram aproveitadas para plantar vinhas) e algum olival.

A Área de Paisagem Protegida das Lagoas de Bertiandos e São Pedro de Arcos é apoiada pela Quinta de Pentieiros, uma exploração agrosilvopastoril que foi revitalizada para valorizar a zona de proteção, aliando a conservação da natureza à vertente pedagógica e ao turismo rural. Além de um restaurante e de uma loja, conta com várias opções de alojamento, incluindo albergue, bungalows nas pastagens ou nos prados da quinta, e a possibilidade de dormir na “Casa do velho carvalho”, uma verdadeira casa na árvore que permite uma experiência inesquecível de imersão na natureza.

Flora e fauna para observar junto às Lagoas

Os bosques frescos e húmidos (chamados de higrófilos, por estarem adaptados a este ambiente húmido), os sistemas lagunares e as pastagens naturais são as características mais importantes destas lagoas.

Nesta área foram identificadas mais de 500 espécies de plantas, incluindo algumas que só existem de forma natural na Península Ibérica (endemismos ibéricos) e outras raras e ameaçadas. Entre elas, destacam-se árvores e arbustos como o amieiro (Alnus glutinosa), a borrazeira-preta (Salix atrocinerea), os freixos (Fraxinus spp.), o vidoeiro (Betula pubescens), o azevinho (Ilex aquifolium) e plantas como a dedaleira (Digitalis purpurea), o lírio-amarelo-dos-pântanos (Iris pseudacorus), o nenúfar (Nymphaea alba), a salgueirinha (Lythrum salicaria) e a violeta-de-água (Viola palustris).

A fauna inclui peixes como a enguia-europeia (Anguilla anguilla) e a lampreia-marinha (Petromyzon marinus). Nas aves, as lagoas servem de abrigo a 144 espécies, entre as quais a galinha-d’água (Gallinula chloropus), o guarda-rios (Alcedo atthis), a garça-real (Ardea cinerea) e o noitibó-cinzento (Caprimulgus europaeus). Existem também inúmeros insetos e contam-se mais de 40 espécies de mamíferos.

Um trilho para admirar a lagoa de S. Pedro d’Arcos: à volta do rio Esporão

Para ficar a conhecer melhor a Área de Paisagem Protegida, não deixe de fazer o percurso pedestre de 2,6 km (com uma duração estimada de 1h30) em torno do rio Estorãos. Poderá, igualmente, usufruir de uma vista privilegiada sobre a lagoa de S. Pedro d’Arcos, que esteve na origem da classificação da área protegida como Sítio de Importância Internacional Ramsar. A zona de tapadas e as pastagens são delimitadas por sebes vivas, com contrastes de verdes que realçam a beleza da paisagem.

Informações úteis: Centro de Interpretação Ambiental – R. da Lagoa de São Pedro d’Arcos, 476, 4990–530 S. Pedro de Arcos-Ponte de Lima. Telefone 258 240 201; e-mail lagoas@cm-pontedelima.pt. coordenadas – latitude: 39°24’29’’N longitude: 41°45’N 008°39’W

Pateira de Fermentelos – Águeda, Oliveira do Bairro e Aveiro

A Pateira de Fermentelos é considerada a maior lagoa natural da Península Ibérica, abrangendo maioritariamente o concelho de Águeda, mas também os de Aveiro e Oliveira do Bairro. Na época das chuvas, a lagoa chega a estender-se por mais de 500 hectares.

A sua formação teve como origem as inundações sucessivas do Rio Cértima (sua principal fonte de alimentação) na confluência com o Rio Águeda, que alagaram os campos ribeirinhos e deram origem à Pateira.

Pela sua importância para a conservação da natureza, foi integrada na Rede Natura 2000 e na Zona de Proteção Especial da Ria de Aveiro, sendo um dos Sítios de Importância Internacional Ramsar desde 2012.

O que observar na Pateira e em redor?

A Pateira de Fermentelos é rica em vegetação rasteira, característica de lagoas e pauis, como os juncos (Juncus sp.) e a taboa ou tabúa (Typhas sp.), que apoiam os habitats aquáticos e palustres. De referir ainda a presença referenciada do trevo-de-quatro-folhas (Marsilea quadrifolia), raro em Portugal, mas frequente na Europa. Nas zonas encharcadas ou mais húmidas existe também uma planta carnívora – a Pinguicola lusitanica.

Em torno da lagoa encontram-se vestígios de florestas e bosques ribeirinhos, com espécies típicas das margens de linhas de água. Ali são comuns árvores como o choupo-negro (Populus nigra) e o choupo-branco (Populus alba), os salgueiros, incluindo o salgueiro-branco (Salix alba), o freixo (Fraxinus angustifolia) e o ulmeiro (Ulmus minor).

Na fauna da Pateira de Fermentelos, salienta-se uma grande diversidade de aves, como a garça-vermelha (Ardea purpurea) ou o milhafre-preto (Milvus migrans). Ali vivem cerca de 15 espécies de aves aquáticas, sendo o pato-real (Anas platyrhychos) uma das mais comuns – e a razão pela qual a lagoa ganhou o nome de Pateira. Entre as mais de 30 aves terrestres, incluem-se várias rapinas, como a águia-pesqueira (Pandion haliaetus), a águia-de-asa-redonda (Buteo buteo) e a águia-sapeira (Circus aeruginosus).

Nas águas destaca-se um bivalve, o mexilhão de água-doce (Anodonta sp.) que se tornou emblemático pelas dimensões que aqui atinge. Entre os mamíferos – e com alguma sorte – é possível avistar a lontra (Lutra lutra) e até a mais esquiva raposa (Vulpes vulpes).

A ameaça persistente do jacinto-de-água

Desde os anos 90 do século XX que o jacinto-de-água (Eichhornia crassipes) começou a expandir-se e a ocupar uma área significativa da Pateira de Fermentelos. A espécie é nativa da América do Sul, mas em Portugal esta erva aquática flutuante tem um comportamento invasor e constitui uma ameaça ao equilíbrio dos ecossistemas.

Com rápida expansão e elevada densidade nesta Pateira, altera as trocas gasosas entre e água e o ar (prejudicando a oxigenação), assim como a temperatura e acidez da água, e aumenta os sedimentos nela presentes, pondo em risco o equilíbrio do ecossistema e a vida de muitas outras espécies de fauna e flora.

Há décadas que se removem os jacintos de água, com o apoio de uma ceifeira mecânica, mas os esforços precisam de ser reforçados, pois esta planta de bela floração violeta continua a expandir-se e chega a cobrir metade do espelho de água. Este é um caso em que a intervenção humana é fundamental para repor o equilíbrio do ecossistema.

Quatro horas pelo Trilho da Pateira ao Águeda

Este percurso pedestre de 14 quilómetros (com a duração de quatro horas) é circular e, preferencialmente, inicia-se no Parque de lazer Óis da Ribeira, embora o visitante possa juntar-se à caminhada em qualquer um dos pontos de paragem, o que pode ser uma boa opção para quem viaja com crianças ou tem menos boa preparação física, visto que o trilho é longo.

Desde o Parque, parte-se então à descoberta de espaços naturais e seminaturais com paisagens que contrastam entre si. Pode apreciar caminhos florestais, percorrer as margens da lagoa e observar a flora e a fauna. O percurso segue na direção do embarcadouro do rio Cértima e a da várzea do Rio Águeda, por entre bosques frondosos, onde se encontram desde castanheiros (Castanea spp.) e carvalhos (Quercus spp.) a loureiros (Laurus nobilis), entre outras espécies.

Para os apreciadores de aves, é comum avistar o garçote (Ixobrychus minutus), a garça vermelha (Ardea purpurea), o goraz (Nycticorax nycticorax) ou águia-pesqueira (Pandion haliaetus). Peixes, insetos, répteis, anfíbios e mamíferos podem também ser vistos neste percurso, onde mais raras vezes se encontram mamíferos como o ouriço-cacheiro (Erinaceus europaeus) e as já referidas lontra e raposa.

No regresso ao Parque de lazer Óis da Ribeira, o percurso permite ver, em Requeixo (no concelho de Aveiro), uma ponte de arco localizada quase por cima da confluência do Cértima com o Águeda. E para fãs de desportos náuticos, no Parque situa-se o Centro de Canoagem da Associação Recreativa e Cultural de Óis da Ribeira – ARCOR, que disponibiliza aluguer gaivotas, canoas e pranchas de Stand Up Paddle.

Informações úteis: Município de Águeda – Praça Município, 3754-500 Águeda. Telefone 234 610 070; e-mail geral@cm-agueda.pt; coordenadas – latitude: N 40 34.333′ longitude: W 008 30.944′

Reserva Natural do Paul do Boquilobo – Golegã e Torres Novas

Na confluência dos rios Tejo e Almonda, e dos concelhos da Golegã e Torres Novas, encontramos a Reserva Natural do Paul do Boquilobo, com perto de 5,9 hectares.

Esta foi a primeira área portuguesa a integrar, em 1981, a Rede Mundial de Reservas da Biosfera UNESCO, que em 2023 é composta por 738 Reservas em 134 países. A inclusão do Paul do Boquilobo deveu-se ao facto de este ser um ecossistema em que se soube conciliar a conservação da biodiversidade com atividades humanas que promovem o seu desenvolvimento sustentável.

A importância desta Reserva foi novamente destacada em 1996, durante a 6ª Conferência das Partes (COP) realizada em Brisbane, Austrália, passando a ser um dos oito “Sítios de Importância Internacional” portugueses adicionados aos dois já antes integrados no Tratado Ramsar. Posteriormente, foi ainda integrada na Rede Natura 2000.

A Reserva divide-se em três sectores – nuclear, tampão e de transição – e é no nuclear que se encontram as maiores zonas permanentemente inundadas, envoltas por vegetação natural e seminatural. As medidas de proteção são mais intensas neste sector (em que a circulação está condicionada), ao qual são reconhecidas importantes funções no controlo de cheias durante o inverno e de armazenamento de água durante o verão.

A zona tampão acompanha os cursos de água e assegura a sua proteção e manutenção. Estas zonas funcionam como corredores ecológicos que permitem a circulação e permanência de inúmeras espécies animais. Por ali há planícies temporariamente alagadas que formam pequenas lagoas e áreas permanentemente secas, e a vegetação natural convive com pastagens e povoamentos florestais de folhosas. É nesta zona tampão que se privilegiam as atividades lúdicas e educativas, já que na zona de transição a paisagem é já bastante diferente, pontuada por culturas agrícolas e aglomerados urbanos.

O que observar nesta Reserva Natural: plantas e árvores

A Reserva Natural do Paul do Boquilobo tem registadas 317 espécies de plantas associadas a ambientes húmidos, incluindo o Narcissus fernandesii , uma espécie de narciso endémico da Península Ibérica que se encontra ameaçada e que tem neste Paul o maior núcleo existente numa área protegida e o segundo maior do país. Destacam-se também o abrunheiro-bravo (Prunus spinosa), a borrazeira-branca (Salix salviifolia), as campainhas-amarelas (Narcissus bulbocodium) e a gilbardeira ou erva-dos-vasculhos (Ruscus aculeatus).

Nas zonas alagadas existem, maioritariamente, espécies bem-adaptadas à água como o bunho ou erva-de-esteira (Schoenoplectus lacustris), usado para fazer assentos de bancos e cadeirões, o caniço (Phragmites australis) ou a espadana (Sparganium erectum). Já os ambientes salobros caracterizam-se por espécies como a tamargueira (Tamarix africana) e o junco-triangular (Scirpus maritimus).

No estrato arbóreo, distinguem-se os salgueirais, com várias espécies de salgueiros a formar bosques densos. Não faltam também testemunhos da floresta mediterrânica – um pequeno bosque com sobreiro (Quercus suber), azinheira (Quercus rotundifolia), carvalho-cerquinho ou português (Quercus faginea) e zambujeiros (Olea europaea subsp. sylvestris) – que, ao longo do tempo acabou por ser substituída por campos de cultivo de regadio.

Fauna: da enguia-europeia à lontra, com as aves em destaque

A fauna é também variada: na água vai desde a enguia-europeia (Anguilla anguilla) ao ruivaco (Achondrostoma oligolepis), estendendo-se ao grupo dos anfíbios, com quatro endemismos ibéricos: o tritão de ventre laranja (Triturus boscai), o sapo parteiro ibérico (Alytes cisternassii) a rã de focinho pontiagudo (Discoglossus galganoi) e a rã verde (Rana perezi).

Na água e no ar, é fácil observar a diversidade ornitológica, incluindo uma importante colónia que reúne várias espécies de garças, assim como outras aves aquáticas e terrestres, incluindo aves de rapina. Mais difíceis de avistar são mamíferos como a lontra (Lutra lutra), o gamo (Dama dama), a raposa (Vulpes vulpes) ou o texugo (Meles meles).

Pelos trilhos do Paul

Para observar a vida que se esconde por entre a natureza, nada como uma caminhada ao longo da Reserva – por exemplo, pelos Trilhos do Paul. Este é um percurso pedestre circular, com uma extensão de 5,6 quilómetros (cerca de duas horas e meia). O ponto de partida (e de chegada) é o Centro Interpretativo (antiga sede da Reserva) e o trilho passa pela margem direita do rio Almonda, explorando a área de transição entre a zona húmida e a seca. O trilho pode ser utilizado durante as quatro estações do ano, mas devem evitar-se as épocas de muita chuva. Além calçado adequado para caminhar e roupa de cores discretas (para não afugentar os animais), sugerem-se binóculos e um guia de campo de aves para que seja mais fácil identificá-las.

Informações úteis: Quinta do Paul do Boquilobo – Centro interpretativo; telefone 243 306 530; e-mail rnpb@icnf.pt; coordenadas – latitude: 39°24’29’’N longitude: 8°31’48’W

O artigo foi publicado originalmente em Florestas.pt.
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