A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) acrescentou hoje os Territórios Palestinianos à lista de países e territórios que necessitam de ajuda alimentar externa.
No relatório “Perspetivas de Culturas e Situação Alimentar”, publicado três vezes por ano, a Palestina é a única entrada nova na lista dos agora 46 países e territórios que necessitam de ajuda alimentar externa.
África tem 33 membros na lista, incluindo Moçambique, seguindo-se Ásia (10), América Latina e Caraíbas (dois) e Europa (um, a Ucrânia, que resiste a uma invasão russa há quase dois anos).
Numa avaliação com dados recolhidos entre maio e julho de 2022, a FAP calculou que 1,5 milhões de pessoas (28% da população da Palestina) estavam em situação de insegurança alimentar aguda e necessitavam de assistência imediata.
“A escalada do conflito em outubro de 2023 é suscetível de aumentar a necessidade de ajuda humanitária e de assistência de emergência, enquanto o acesso às áreas afetadas continua a ser uma preocupação”, disse a FAO.
A organização considerou no relatório que “os conflitos em curso e intensificados são os principais motores dos níveis mais graves de insegurança alimentar aguda, com preocupações recentes no Médio Oriente”.
“Apesar da queda dos preços mundiais, as moedas fracas em muitos países de baixo rendimento estão a manter os preços internos dos alimentos elevados e a dificultar o acesso das famílias aos alimentos”, acrescentou.
A guerra atual entre Israel e o Hamas foi desencadeada pelo ataque sem precedentes do movimento islamita contra o território de Israel, em 07 de outubro.
Segundo as autoridades israelitas, o ataque causou a morte de 1.400 pessoas e a tomada de cerca de 240 reféns na Faixa de Gaza, controlada pelo Hamas desde 2007.
Israel retaliou com intensos e incessantes bombardeamentos aéreos e de artilharia contra a Faixa de Gaza, que provocaram mais de nove mil mortos, segundo o Hamas.