Os investigadores Ricardo Franco-Duarte e Raul Machado, do Centro de Biologia Molecular e Ambiental (CBMA) da Escola de Ciências da Universidade do Minho, ficaram em primeiro lugar no concurso de ideias “Nodal Award Shark Tank” da International Mentoring Foundation for the Advancement of Higher Education (IMFAHE). Houve 92 candidatos de 27 instituições de dez países e os vencedores foram anunciados online na Conferência Anual da IMFAHE.
A dupla portuguesa recebe o prémio pela inovação da sua plataforma “AI4Microbes”, que usa inteligência artificial (IA) para prever e formular combinações microbianas personalizadas. Esta aplicação visa melhorar a saúde do solo, aumentar a produtividade agrícola e reduzir a dependência de fertilizantes e pesticidas sintéticos, contribuindo assim para uma agricultura mais sustentável e eficiente.
“O projeto nasceu da vontade de aliar o conhecimento em microbiologia com a IA, para podermos enfrentar o grande desafio atual da sustentabilidade dos solos”, avança Ricardo Franco-Duarte. Esta nova distinção “dá um impulso decisivo” ao projeto, “reconhece o potencial transformador da ciência aliada à tecnologia” e “valoriza o papel da UMinho em novas soluções com impacto ambiental, económico e social”, realça.
Ricardo Franco-Duarte nasceu em 1982, no Porto e doutorou-se em Biologia pela UMinho. Tem trabalho reconhecido em genética molecular, leveduras e biobancos e cocoordena o grupo PhD Pursuit da Aliança Europeia Arqus. Raul Machado nasceu há 47 anos em Guimarães. É doutorado em Biologia – ramo Ciência e Engenharia de Materiais pela UMinho, vice-coordenador do Instituto de Ciência e Inovação para a Bio-Sustentabilidade (IB-S) e cofundou a spin-off euPa.
UMinho volta a vencer no “Shark Tank”
A UMinho já tinha vencido este “Shark Tank” em 2020, com Géremi Dranka e Paula Ferreira a apresentarem o “superalimento” VitaCare, para prevenir a subnutrição de pacientes oncológicos. Na presente edição, a UMinho foi a universidade mais distinguida, num total de 10.470 dólares (9180 euros). Os seus outros laureados foram Catarina Cepêda e Ahmad Fathi, do projeto SCARCE (reciclagem inovadora de resíduos de construção); Filipa Ferraz, do FlowGuardian (sistema habitacional resistente a inundações); Jorge Cunha, do Transparent Bites (reforça a literacia mediática e governação na indústria alimentar); e Catarina Gomes Coelho, da EmpathAI (app inteligente de apoio emocional).
Esta última investigadora obteve ainda o 2º Prémio de Melhor Apresentação Oral da conferência, entre 53 projetos, mostrando como estimular o cérebro e mudar a forma de pensar ajuda o corpo a reagir melhor às emoções negativas. Foram também atribuídas bolsas a Ahmad Fathi e Ana Raquel Dias para estagiarem respetivamente na Universidade McGill (Canadá) e na rede global Regions4 (Bélgica).
Criada em 2015 e com sede nos EUA, a IMFAHE é uma organização sem fins lucrativos que promove a ligação entre estudantes, investigadores, profissionais e mentores internacionais, fomentando o crescimento académico e profissional a nível global, através de bolsas, formações e programas orientados para a inovação.
Fonte: UMinho