Nos últimos anos, o setor agrícola tem sido incentivado, quase impelido a integrar cada vez mais inovação tecnológica, como a chave para aumentar a produtividade, melhorar os rendimentos e “tornar as explorações mais competitivas”. A imagem parece clara: cada novo degrau tecnológico aproxima o agricultor do sucesso.
No entanto, a realidade no terreno está longe de ser linear. As tecnologias sucedem-se a um ritmo vertiginoso; o que hoje é considerado inovador, amanhã é obsoleto. Os investimentos são avultados, muitas vezes feitos com margens apertadas e grande incerteza. Sobe-se a escada com esforço, carregando blocos de inovação, mas a estrutura parece cada vez mais inclinada. Uns conseguem atingir momentaneamente o topo, outros ficam a meio, e muitos perdem o equilíbrio e caem, muitas vezes sem rede de apoio.
Neste contexto, é legítimo questionar: será que a solução para a sustentabilidade económica do setor agrícola passa exclusivamente pela inovação tecnológica? Ou estaremos a desviar o olhar da verdadeira questão estrutural?
Enquanto agricultores se endividam para adotar tecnologias de ponta, os grandes grupos de distribuição apresentam, ano após ano, lucros recorde. A diferença entre o preço pago à produção e o preço cobrado ao consumidor é cada vez mais significativa. No fundo, quem alimenta o país continua esmagado pelo peso de um sistema de preços que não reconhece nem remunera justamente o seu papel essencial. Ler artigo completo aqui.
Fonte: APIC
 
			
















 
		    
 
								
























 
	 
	 
	 
	