Um sistema de videovigilância para a prevenção de incêndios rurais, projeto conjunto das comunidades intermunicipais (CIM) da Região de Coimbra e Viseu Dão Lafões, prevê a existência de 37 câmaras no verão de 2022, foi hoje anunciado.
Na apresentação hoje realizada em Cantanhede, distrito de Coimbra, o secretário executivo da CIM Região de Coimbra, Jorge Brito, sublinhou que o sistema “vai, claramente, aumentar a eficiência na deteção de incêndios rurais”.
Explicou, a esse propósito, que na fase pré-projeto, a Região de Coimbra tinha cerca de 82 mil hectares cobertos por videovigilância instalada em comunidades intermunicipais vizinhas (como Leiria ou Serra da Estrela) e que quando o sistema estiver concluído essa capacidade será multiplicada por quase cinco vezes para cerca de 372 mil hectares (85,6% do território rural).
O sistema de videovigilância possui “deteção automática” e funciona “quer em regime diurno, quer em regime noturno”, com cobertura através do espetro de luz visível e por infravermelhos, adiantou Jorge Brito.
Em ambas as comunidades intermunicipais estão já em funcionamento seis câmaras de videovigilância (na Região de Coimbra instaladas nos concelhos de Cantanhede, Mealhada e Penacova e na região de Viseu Dão Lafões em Viseu, Tondela e Vouzela) e outras seis, mais três em cada CIM, deverão estar operacionais em meados do verão.
No total serão instaladas, até 2022, 37 torres de videovigilância: 20 em zonas florestais dos 19 municípios da Região de Coimbra e 17 nos 14 municípios da região Viseu Dão Lafões.
Jorge Brito frisou que este é um sistema “de última geração, o mais avançado disponível no mercado” com câmaras de “altíssima resolução e capacidade de visionamento tremenda”.
No caso da Região de Coimbra, será integrado no sistema de apoio à decisão e gestão de emergência.
O projeto, para além das duas CIM promotoras, envolve os comandos distritais de operações de socorro (CDOS) de Aveiro, Coimbra, Viseu e Guarda, a GNR, Proteção Civil e Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF).
O sistema, que tem um custo total de 3,87 milhões de euros, financiados a 75% por fundos europeus, inclui, entre outros, as 37 torres e igual número de sistemas de deteção e 39 centros de gestão e controle.
Em declarações aos jornalistas à margem da sessão de hoje, a secretária de Estado da Administração Interna, Patrícia Gaspar, disse que este sistema de videovigilância das regiões de Coimbra e de Viseu é um dos 11 sistemas de que o país dispõe “ou já implementados ou em fase de implementação”.
“Esta componente da videovigilância é apenas uma parte, mas é uma parte fundamental de toda a dimensão que tem a ver com a vigilância e proteção dos incêndios. Permite reforçar a nossa capacidade de monitorização de todo o território florestal e rural do país e permite, sobretudo, detetar mais cedo as ocorrências de incêndios rurais”, argumentou.
“Os incêndios começam todos de pequena dimensão. Quanto mais cedo for conseguida esta deteção, mais eficaz vão ser os meios de combate, mais fácil será combater estes incêndios”, sublinhou Patrícia Gaspar.