O presidente social-democrata da Câmara de Ponte da Barca apelou hoje ao Governo para reverter a decisão de deslocalizar o segundo meio aéreo do Alto Minho para Portalegre, “para garantir a maior e melhor resposta no combate aos incêndios”.
“O distrito de Viana do Castelo regista, em média, mais de 1.300 incêndios rurais por ano, com um índice de simultaneidade elevado. Em 2024, foi o segundo distrito com maior número de ocorrências, com 265 incêndios, e também o que registou maior área ardida”, alerta o autarca Augusto Marinho.
Em comunicado enviado às redações, a propósito da decisão do Governo de deslocalização de um helicóptero do centro de meios aéreos de Arcos de Valdevez para Portalegre como forma de atenuar a ausência de cinco meios aéreos no Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais (DECIR) 2025, o autarca do PSD faz “um apelo público ao Governo, na pessoa da ministra da Administração Interna, para reverter a decisão da retirada do segundo meio aéreo do distrito, mantendo todos os meios para garantir a maior e melhor resposta no combate aos incêndios”.
Augusto Marinho lembra que 52% do concelho de Ponte da Barca integra o Parque Nacional Peneda-Gerês (PNPG).
“É fundamental garantir todos os meios possíveis no território para salvaguarda das populações e do imenso património natural existente”, reforça.
Com uma área total de 222 mil hectares, o distrito de Viana do Castelo tem 208 freguesias, 99 das quais (8,9% do total do país) consideradas prioritárias na prevenção de fogos florestais e onde estão identificados 1.185 lugares prioritários.
Na quarta-feira, o secretário de Estado da Proteção Civil disse que para mitigar a ausência de cinco meios aéreos no DECIR 2025 vai ser deslocado um dos dois meios aéreos, que ainda está em manutenção, do heliporto de Arcos de Valdevez para Portalegre.
“Temos tido dificuldades que decorrem de situações que nos ultrapassam, designadamente o concurso da Força Aérea que ficou deserto e nos impossibilita de, no curto prazo, ter todos os meios disponíveis que gostaríamos de ter”, disse Rui Rocha aos jornalistas durante visita à Base de Apoio Logístico de Castelo Branco.
O DECIR 2025 previa 79 aeronaves, mas, neste momento, a poucos dias da entrada em vigor da fase Delta, considerada a mais crítica (a partir de terça-feira e até 30 de setembro), falta garantir cinco meios aéreos.
A partir de terça-feira, Portugal pode também contar com uma parelha de aviões médios anfíbios Fire Boss, no âmbito do programa rescEU, para atuar sempre que as capacidades de resposta nacionais sejam insuficientes perante situações extremas.
Estes meios envolvem um investimento de cerca de 2,6 milhões de euros, financiados a 75% pela Comissão Europeia, e permitem um reforço das capacidades no combate aéreo a incêndios rurais.