O presidente da Iniciativa Liberal (IL) afirmou hoje que ainda há muito para fazer na prevenção dos incêndios, após a visita aos Bombeiros Voluntários de Pombal, no distrito de Leiria, no âmbito das Rotas Liberais.
“O país continua a investir muito no combate, e é importante que haja meios de combate e espero que eles estejam reunidos também para a época de incêndios que se avizinha, mas, do ponto de vista da prevenção, ainda há muito a fazer e, isso, parece não estar assegurado nesta altura”, afirmou Rui Rocha.
Uma das preocupações manifestadas pelo presidente da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Pombal, Sérgio Gomes, ao líder da IL foi a falta de pessoas.
“Aqui, como noutras visitas que tenho feito, falam-me sempre de dificuldade de recrutamento e, às vezes, depois da formação especializada, muitas vezes, as pessoas acabam por não concluir esse processo. Portanto, há um investimento na formação, que nem sequer é rentabilizado”, constatou Rui Rocha.
Segundo o liberal, por vezes, “essas pessoas acabam por encontrar oportunidades fora do país e, face às circunstâncias do país, acabam por decidir abandoná-lo”.
Rui Rocha apontou esse como um “problema para o país é também um problema para todas estas áreas da proteção civil, onde as pessoas são escassas”.
No dia 17 de junho assinala-se seis anos do grande incêndio de Pedrógão Grande. Rui Rocha admitiu que se vê “muito pouca diferença daquilo que era a circunstância no terreno, no ano em que aconteceram as tragédias” conhecidas por todos”.
“Do ponto de vista da prevenção, não vou dizer que nada mudou, porque também seria injusto, mudou pouca coisa face àquilo que seria necessário. Os incêndios são sempre uma preocupação para todos os portugueses. Sabemos das condições atmosféricas que o país tem, mas ainda no ano passado foi o país com mais área ardida com muitas consequências nefastas. O incêndio da Serra da Estrela teve a dimensão que teve”, alertou.
Para o líder da IL, “noutros países que têm climas semelhantes” a Portugal “não há uma exposição tão grande a este tipo de tragédias”. Por isso, concluiu, “pelo menos do lado da prevenção”, não se está “a fazer tudo o que seria necessário”.
Sobre a decisão do Governo em limitar a dois anos a reclamação de terrenos em processo de heranças, Rui Rocha considerou que o Governo do PS “tenta resolver sempre as suas insuficiências, as suas incapacidades, a sua burocracia que asfixia aos portugueses, através de uma solução que é atacar a propriedade privada”.
“Vimos isso no que diz respeito às questões do arrendamento. Durante anos, o Governo não fez nada para resolver o problema da habitação a não ser propaganda e, de um momento para o outro, vem expropriar a habitação e a propriedade dos portugueses. E agora também se fala disso relativamente às florestas. Para o Governo poder ter a legitimidade necessária para algum tipo de medidas mais agressivas, tem de primeiro fazer o seu trabalho de casa, que não está feito”, disse.
Para o presidente da IL, o que é necessário na transmissão da propriedade “é um país mais simples, mais eficaz e com menos burocracia”.