A Comissão Europeia defendeu hoje mais investimento na prevenção dos incêndios florestais, como os que assolaram Portugal e Espanha este verão, mas a proposta anunciada vai demorar a ser aprovada.
“A mensagem deste verão foi clara: a Europa tem de fazer mais no que diz respeito à prevenção dos incêndios”, disse a comissária europeia para a Ajuda Humanitária e Gestão de Crises, Hadja Lahbib, no Parlamento Europeu, em Estrasburgo, em França.
A comissária europeia anunciou perante os eurodeputados “um quadro ambicioso” para ajudar na prevenção dos incêndios florestais, com “decisões robustas”.
No entanto, Hadja Lahbib disse que este “quadro ambicioso”, em princípio, só vai ser adotado “na segunda metade do próximo ano”, ou seja, já depois da próxima época crítica de incêndios, no verão de 2026.
Hadja Lahbib disse que foi um “verão de recordes em incêndios florestais”, com uma área ardida maior “do que a Bélgica”, que é o país da comissária europeia.
Mas a comissária considerou que também foi “um verão de ação e solidariedade” por parte dos 27 países do bloco político-económico europeu.
Portugal, Espanha, Itália e Grécia foram os países mais afetados pelos incêndios florestais, no “continente que mais aquece e que desde a década de 1980 aquece ao dobro da média global”.
Em nome da presidência semestral do Conselho da União Europeia, assumida pela Dinamarca até fim do ano, a ministra dinamarquesa dos Assuntos Europeus, Marie Bjerre, alertou para os mais de 500.000 hectares que arderam este ano, “a maior superfície alguma vez registada”.
“É o novo normal, é uma consequência das alterações climáticas e não é coincidência que [os maiores incêndios] se registaram no verão mais quente”, considerou.